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Janeiro foi o mês mais violento na história do México

Foto Reuters
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O México teve em janeiro o período mais violento desde que há registo, com 2.853 assassínios, segundo a Secretaria Executiva do Sistema Nacional de Segurança Pública (SESNSP).

Com uma média de 92 homicídios por dia, 17 dos 31 Estados do país, além da Cidade do México, viram aumentar o número de crimes, especialmente a subida agravada em Estados do norte, como Nuevo León e a capital, onde a percentagem aumentou mais de 100%.

O elevado número de assassínios em janeiro levou à abertura de 2.452 investigações por homicídio, sendo a continuação do aumento de violência no país que se regista desde o ano passado.

Em 2018 registaram-se 33.341 assassinatos, o ano mais elevado na história do México desde que se começaram a assinalar os números, em 1997.

Em dezembro do ano passado, no primeiro mês de mandato do novo Presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, 2.916 pessoas foram assassinadas.

Além disso, os números mostraram também um aumento de feminicídio e sequestros durante o primeiro mês do ano, comparado com janeiro do ano passado, especificamente 75 homicídios de mulheres e 164 raptos.

Guanajuato é o Estado com maior número de homicídios, com 293, seguido pelo Estado do México (262) e Baja California (261).

Os especialistas atribuem este aumento da violência a crimes como o ‘huachicoleo’ -- roubo e venda de combustíveis -- e aos cartéis de droga.

Em declarações à agência EFE, o diretor da empresa de consultadoria de análise de risco, comunicação e política Etellekt, Rúben Salazar, há alguns anos que já existe uma estreita relação entre o roubo de combustíveis e o aumento de homicídios.

Essa afirmação coincide com um estudo divulgado o mês passado pela Secretaria de Segurança e Proteção Civil, que assinala o Estado de Guanajuato -- onde se situa a refinaria de Salamanca -- como a região com maior número de homicídios, um total de 3.290.

Já o diretor da organização Semáforo Delictivo, Santiago Roel, explicou à EFE que a violência se deve às batalhas entre organizações criminosas que tentam controlar o mercado da droga e sugeriu uma solução que passaria pela regulação de substâncias ilegais no mercado.