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Jair Bolsonaro questiona posição de Macron e Greta sobre incêndios na Austrália

FOTO Reuters
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O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, questionou, na quinta-feira, se o seu homólogo francês Emmanuel Macron e a activista sueca Greta Thunberg se pronunciaram sobre os incêndios na Austrália, oferecendo ajuda ao país da Oceânia.

“A Austrália está a arder agora, eu queria saber se o Macron falou alguma coisa até agora? Falou em colocar em dúvida a soberania da Austrália? Aquela menina lá [Greta Thunberg], aquela pequeninha falou alguma coisa também? Não”, declarou o chefe de Estado, numa transmissão de vídeo na rede social Facebook.

Os dois Presidentes enfrentaram uma intensa controvérsia no ano passado, por ocasião dos incêndios que lavraram na Amazónia, aquela que é a maior floresta tropical do Mundo, e que em agosto passado teve os piores fogos da década para o mês.

No final de agosto, Jair Bolsonaro acusou Emmanuel Macron, na rede social Twitter, de “mentalidade colonialista”, após o chefe de Estado francês ter apelado para um debate acerca dos incêndios na Amazónia, aquando da cimeira do G7 (países mais industrializados do mundo).

O Presidente francês acusou Bolsonaro de “apoiar projectos económicos nefastos para a floresta Amazónia” e alertou o seu homólogo brasileiro de que não poderá “destruir tudo”.

“Nós respeitamos a sua soberania, mas na questão da Amazónia não podemos deixá-lo destruir tudo”, afirmou Macron, deixando uma interrogação sobre a ratificação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

Macron também disse que em algum momento seria necessário discutir a possibilidade de dar à Amazónia um “estatuto internacional” para impedir a sua destruição.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, incluindo territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

Já no mês passado, Jair Bolsonaro chamou a activista sueca Greta Thunberg de “pirralha”, após a ambientalista ter alertado para as lutas dos povos indígenas e mostrado preocupação com o assassinato de líderes nativos no Brasil.

“A Greta já disse que os índios morreram porque estavam a defender a Amazónia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha”, declarou o chefe de Estado em Brasília.

Jair Bolsonaro referia-se às declarações da jovem no Twitter: “Os povos indígenas estão literalmente a ser assassinados por tentar proteger a floresta da desflorestação ilegal. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso”.

Na sua transmissão em directo no Facebook, na quinta-feira, Bolsonaro comentou os devastadores fogos na Austrália, oferecendo ajuda para combater os incêndios que já mataram 17 pessoas em todo o país e destruíram mais de 1.300 casas, das quais 400 destruídas nos últimos dias na região sudeste.

“O pouco que podemos oferecer, vamos colocar à disposição da Austrália para combater o fogo”, anunciou Jair Bolsonaro.