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Guaidó envia carta a Salvini a pedir que receba delegação em Itália

Os eurodeputados italianos abstiveram-se na votação do PE que reconheceu Guaidó como Presidente interino da Venezuela

FOTO Reuters
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O ministro do Interior de Itália, Matteo Salvini, anunciou hoje ter recebido uma carta do autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, a pedir-lhe que receba uma delegação em Roma.

Na carta, transmitida à imprensa por Salvini, Juan Guaidó comunica a sua vontade de enviar “o mais rapidamente possível” para Itália uma delegação “oficial” para apresentar a Matteo Salvini “o plano de acção para relançar a democracia na Venezuela através da organização de eleições livres e independentes”.

O plano de acção também visa “resolver a actual crise humanitária, que afecta todos os venezuelanos e mais de 100 mil italianos que vivem na Venezuela”.

O ministro do Interior de Itália pediu um regresso da democracia à Venezuela “uma vez que todos os regimes comunistas devem ser removidos da superfície terrestre”.

Salvini não especificou no imediato o que pretende responder ao Presidente da Assembleia Nacional Venezuela, Juan Guaidó.

Na segunda-feira, o Presidente da Itália, Sergio Mattarella, disse que não pode haver dúvidas entre a “democracia” e a “força” e pediu ao Governo italiano que adopte uma posição oficial sobre a crise na Venezuela.

“Não pode haver incerteza e nem dúvidas: a opção é entre a vontade popular e desejo de democracia genuína, por um lado, e por outro a violência da força”, disse o chefe de Estado italiano na abertura de um centro de refugiados em Roma.

Este pedido do Presidente italiano por uma postura oficial do Governo italiano aconteceu depois de vários países europeus, incluindo Portugal, terem reconhecido o líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, como Presidente interino da Venezuela.

O Presidente acrescentou que é uma situação “que exige um senso de responsabilidade e clareza” numa linha compartilhada com todos os aliados e parceiros da União Europeia (UE).

Para Mattarella, a situação na Venezuela é relevante mesmo para a Itália, devido aos laços estreitos entre os dois países “para tantos italianos que vivem na Venezuela e tantos venezuelanos de origem italiana”.

As palavras de Mattarella surgiram enquanto o Governo de coligação - formado pela Liga (extrema-direita), de Matteo Salvini, e o partido antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5E), de Luigi di Maio -- continua sem adoptar uma posição oficial a respeito do Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, numa aparente divisão entre os parceiros.

Os eurodeputados italianos da Liga e do M5E abstiveram-se na votação do Parlamento Europeu que na semana passada reconheceu Juan Guaidó como Presidente interino.