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Catorze trabalhadores tunisinos raptados na Líbia

Foto Reuters
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Catorze trabalhadores tunisinos foram raptados perto de Tripoli, na Líbia, por uma milícia que reclama a libertação de um dos seus membros, detido na Tunísia, anunciaram hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros tunisino e um ativista dos direitos humanos.

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros segue a situação dos cidadãos tunisinos (...) raptados por elementos armados líbios perto de Zawiyah”, cidade situada a cerca de cinquenta quilómetros a oeste da capital líbia, informou o Ministério na sua página na rede social Facebook.

Uma fonte diplomática citada pela agência France-Presse (AFP) confirmou hoje, sob anonimato, que 14 tunisinos foram raptados.

Segundo os media da Tunísia, todos trabalhavam para a refinaria de petróleo de Zawiyah.

O militante tunisino dos direitos humanos Mustapha Abdelkebir, também citado pela AFP, disse que os raptores reclamam a libertação de um dos seus membros, detido na Tunísia, estando em curso negociações.

“O ministro teve uma reunião com o seu homólogo líbio para insistir na proteção das pessoas retidas, acelerar a sua libertação e assegurar o seu regresso, sãos e salvos”, disse o Ministério tunisino, acrescentando que o consulado da Tunísia na Líbia está a trabalhar para pôr fim à crise.

O consulado na Líbia, fechado em 2015 após o sequestro de dez funcionários da diplomacia tunisina, reabriu em 2018.

O governo líbio de unidade nacional indicou por seu lado não ter informação sobre o caso e prometeu investigar.

Este é o mais grave caso de sequestro no país desde o rapto em 12 de junho de 2015, de dez agentes consulares por uma milícia armada que queria exigir a libertação de um dos seus líderes, Walid Glib, detido na Tunísia no quadro de um inquérito por terrorismo.

Os tunisinos foram libertados ao fim de alguns dias e Walid Glib acabou por ser expulso para Tripoli.

A Líbia é dirigida atualmente por duas entidades rivais: o Governo de União Nacional, apoiado pela comunidade internacional e sediado em Tripoli, e uma autoridade instalada no leste, apoiada por um parlamento eleito em 2014 e por uma força armada dirigida pelo marechal Khalifa Haftar.

A desestabilização do país deixou espaço a grupos ‘jihadistas’ e de traficantes de pessoas, armas e combustíveis.