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Autarca de Londres compara linguagem de Trump à dos “fascistas do século XX”

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O presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, comparou hoje a linguagem utilizada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para mobilizar os seus apoiantes à dos “fascistas do século XX”.

Num artigo no jornal The Observer, divulgado um dia antes do início da primeira visita de estado de Trump ao Reino Unido, Khan criticou as honras com que o Presidente norte-americano será recebido no país.

“O Presidente Donald Trumo é um dos mais notórios exemplos da crescente ameaça global. A extrema-direita está a subir em todo o mundo, ameaçando os nossos direitos e liberdades tão duramente conquistados e os valores que definiram as nossas sociedades liberais, democráticas durante mais de 70 anos”, escreveu Khan.

“Viktor Orbán na Hungria, Matteo Salvini em Itália, Marine Le Pen em França e Nigel Farage aqui no Reino Unido estão a utilizar os mesmos tropos (retórica) divisionistas dos fascistas do século XX para ganhar apoio, mas com novos métodos sinistros para distribuir a sua mensagem. E estão a ganhar terreno, poder e influência em lugares inimagináveis há alguns anos”, adiantou.

O presidente da câmara da capital britânica criticou ainda Trump por interferir na eleição interna do Partido Conservador ao manifestar apoio ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson para suceder a Theresa May, primeira-ministra demissionária e líder conservadora.

No sábado, o jornal The Sun divulgou outras declarações de Trump em que reitera críticas ao modo como Theresa May negociou o ‘Brexit’, considerando que os europeus “nada tinham a perder” porque a primeira-ministra demissionária britânica lhes “deixou todas as cartas” na mão.

Numa entrevista divulgada hoje pelo Sunday Times, o Presidente norte-americano volta hoje a envolver-se no debate do ‘Brexit’, recomendando ao Reino Unido que abandone a União Europeia (UE) sem acordo e sem pagar a fatura do divórcio estabelecida no acordo feito com Bruxelas em novembro.

Trump considera ainda que Londres cometeu um “erro” ao não envolver Nigel Farage (ex-chefe do eurocético UKIP e atual líder do Partido do Brexit, que venceu as recentes eleições europeias) nas negociações com Bruxelas.

“Gosto muito do Nigel. Ele tem muito para dar”, declarou Trump.