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Ataques aéreos contra zonas rebeldes após ataque com “gás tóxico” na Síria

FOTO Reuters
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Ataques aéreos visaram hoje sectores de rebeldes e ‘jihadistas’ perto de Alepo, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), após um ataque com “gás tóxico” nesta cidade do norte da Síria atribuído pelo regime aos “grupos terroristas”.

Os ataques na província de Alepo foram realizados “provavelmente” pela aviação da Rússia, aliada do regime sírio, indicou o OSDH. Foram os primeiros ataques aéreos no sector em mais de dois meses.

“Aviões provavelmente russos visaram sectores controlados pelos rebeldes e os ‘jihadistas’ perto da cidade de Alepo”, indicou à agência France Presse o director do observatório, Rami Abdel Rahmane.

Os territórios visados encontram-se num sector que fará parte de um acordo de “zona desmilitarizada”, adiantou.

Negociado em setembro pela Rússia e a Turquia, que apoia rebeldes, o acordo prevê uma trégua e uma “zona tampão” para separar as áreas governamentais dos territórios controlados pelos rebeldes nas províncias de Idlib e Alepo, que são vizinhas.

O ataque de “gás tóxico” que o regime de Bashar al-Assad atribui aos “grupos terroristas” (designa tanto ‘jihadistas’ como rebeldes) causou “107 casos de asfixia”, segundo a agência noticiosa oficial SANA, que cita “fontes médicas”.

O director do OSDH disse que “os hospitais receberam 94 casos de asfixia (...), foram tratados e a maioria saiu”, adiantando que as fontes do observatório falaram de um “odor de gás cloro”.

O Ministério da Defesa russo também acusou hoje os rebeldes sírios de terem utilizado armas com cloro num ataque no sábado na cidade de Alepo.

A Frente Nacional de Libertação, a aliança rebelde mais importante presente nas províncias de Alepo e de Idlib, desmentiu qualquer envolvimento.

Desde o final de 2016 que Alepo é controlada pelo regime, mas sectores na periferia oeste da cidade continuam nas mãos de grupos rebeldes e ‘jihadistas’, que controlam a província vizinha de Idlib, último grande bastião insurgente na Síria.

Desde que foi desencadeada em 2011, a guerra na Síria causou mais de 360 mil mortos e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.