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Alta Comissárias da ONU reúne-se com Juan Guaidó

FOTO Reuters
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A Alta Comissárias das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet reuniu-se hoje com o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, na sede da Assembleia Nacional, em Caracas.

Michelle Bachelet chegou ao Palácio Federal Legislativo pelas 09h20 locais (14h20 em Lisboa) e foi recebida por líderes de vários grupos parlamentares, entre eles os deputados Nora Bracho, Carlos Prosperi, José Luís Correa e Manuela Teixeira.

No final do encontro, Guaidó disse ter sido “uma reunião importante” e explicou que Michelle Bachelet está “muito preocupada” pela crise na Venezuela.

“(Falámos) da importância da situação da crise, (foi) um reconhecimento implícito e explícito da emergência humanitária complexa que vive a Venezuela e que está a ponto de converter-se numa catástrofe sem precedentes”, acrescentou.

Durante uma breve conferência de imprensa, Juan Guaidó destacou ainda que a presença de Michelle Bachelet no palácio legislativo é “um reconhecimento do parlamento nacional, a única instituição legitima e reconhecida pelo mundo”.

Guaidó e Bachelet falaram ainda sobre como travar o fluxo migratório e a necessidade de realizar “eleições livres, democráticas e transparentes”.

“Porque estamos em ditadura”, acentuou o líder opositor.

“Falámos da libertação dos casos de presos políticos, das violações dos direitos humanos e do acompanhamento para prevenir a violação dos direitos humanos”, adiantou.

Segundo Juan Guaidó “o regime volta a confundir-se pensando que pode jogar com a comunidade internacional sem consequências”.

Michelle Bachelet termina hoje uma visita oficial de três dias à Venezuela onde se reuniu com vários ministros do Governo do Presidente Nicolás Maduro, o promotor de justiça, Alfredo Ruíz, os ministros da Defesa, Vladimir Padrimo López, do Interior e Justiça, Néstor Reverol, e o coordenador local do Sistema das Nações Unidas, Peter Grohmann.

A Alta-comissária reuniu-se também com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maikel Moreno, o procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte, bem como com familiares dos presos políticos e várias organizações não-governamentais.

Após a reunião de hoje com o líder opositor, Michelle Bachelet partiu em direcção à Casa Amarilla, sede do despacho do ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, para um encontro com o presidente da Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Diosdado Cabello, que é tido como o segundo homem mais forte do chavismo, depois de Nicolás Maduro.

Para hoje está ainda previsto um encontro entre Michelle Bachelet e o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Antes de deixar a Venezuela, Michelle Bachelet fará uma declaração no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas), em que fará o balanço das várias reuniões que manteve durante a visita à Venezuela.

Fontes não oficiais dão conta de que a Alta-comissária deixará uma equipa técnica especializada na Venezuela, que continuará a avaliar a situação no país por um período de três a seis meses e a manterá actualizada sobre a crise vigente no país.