Madeira

Vida dos madeirenses “não pode estar dependente de estudos” e de mentiras

Paulo Cafôfo reage ao DIÁRIO sobre rescisão do contrato do ferry

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O ex-candidato do PS a presidente do Governo, Paulo Cafôfo, manifesta “incredulidade” perante a notícia revelada hoje pelo DIÁRIO e que dá conta que a Empresa de Navegação Madeirense pretende colocar termo ao contrato de concessão de serviços públicos de transporte marítimo de passageiros e veículos através de navio ferry entre a Madeira e o continente português.

Primeiro, porque quando questionou o Presidente do Governo Regional, na apresentação do seu programa de governo, na Assembleia Legislativa da Madeira, sobre a rescisão pelo operador obteve resposta que não corresponde à verdade. “É escandaloso que o Presidente do Governo Regional, em pleno debate, tenha de forma consciente e deliberada mentido na casa da democracia. Se o termo desse contrato, tivesse tido sido conhecido e divulgado antes de eleições, teria com toda a certeza tido efeito eleitoral”, refere.

Segundo, porque não compreende a satisfação do Presidente do Governo Regional, à saída da reunião com o Primeiro-Ministro, “ao anunciar que irá primeiro avançar com um estudo de mercado no sentido de avaliar a possibilidade de se ter essa linha marítima”.

O agora deputado socialista julga que a mobilidade, seja aérea ou marítima, de pessoas ou de mercadorias, “deve ser enquadrada no âmbito da continuidade territorial, com participação do Governo da República e do Governo Regional, em soluções que beneficiem quem vive nestas ilhas, considerando a necessidade de quebrar o isolamento, e promovendo de igual modo, o desenvolvimento económico da Região”, refere. Mais, entende que a vida de quem reside na Região “não pode estar dependente de estudos de viabilidade económica ou financeira, porque isso é o mesmo que dizer que aqui não se pode viver. Tudo deverá ser feito para garantir uma operação Ferry entre Funchal e Lisboa, sob o princípio da continuidade territorial, estruturada a longo prazo de modo a garantir uma maior sustentabilidade a médio prazo”.

Defende aianda que a ligação marítima entre a Região e o continente é “mais do que um capricho dos madeirenses e porto-santenses, uma questão de continuidade territorial”, para além de julgar que “a nossa condição insular e o nosso estatuto de Região Ultraperiférica, não pode estar dependente de qualquer guerrilha partidária, devendo ser assegurada tanto pelo Governo da República, que tem deveres, como pelo Governo Regional, que tem responsabilidades”.