Madeira

Saldo natural negativo ‘empurra’ para baixo a população da Madeira em 2018

Apesar do saldo migratório positivo, com entrada de emigrantes da Venezuela, a perda de residentes, ainda assim, foi de apenas -1,7%

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

“De acordo com as Estimativas da População Residente, em 31 de Dezembro de 2018, residiam na Região Autónoma da Madeira (RAM) um total de 253.945 pessoas, das quais 118.585 homens e 135.360 mulheres”, informa hoje a Direcção Regional de Estatística, acompanhando a divulgação feita também pelo INE para o território nacional.

Diz a DREM que “apesar de mais suavizada, manteve-se, assim, a tendência de decréscimo populacional encetada em 2011, significando uma redução de 423 pessoas face a 2017 e uma taxa de crescimento efectivo negativa”, de -1,7 pontos percentuais (‰), o que compara com os -2,0‰ em 2017.

Tal como já anunciado anteriormente, “o saldo natural negativo (-811), que traduz um número de óbitos superior ao de nascimentos, foi determinante para a evolução que a população residente da Região apresenta em 2018, pois apesar do saldo migratório voltar a ser positivo (+388), impulsionado pelo regresso dos emigrantes da Venezuela à RAM, o mesmo não foi de dimensão suficiente para contrabalançar o valor do saldo natural que constitui o segundo valor mais baixo desta década (-993 em 2014). Porém, o aumento do número de óbitos (+216) e o decréscimo no número de nascimentos (-41), face a 2017, revelaram-se determinantes no acentuar do saldo natural negativo na Região”.

Com vários problemas por resolver, nomeadamente na natalidade, a única excepção dos municípios da Região foi Santa Cruz (7,4‰) e do Porto Santo (0,6‰)”, dado que “todos os restantes municípios da RAM apresentaram taxas de crescimento efectivo negativas, tendo-se observado os maiores decréscimos populacionais nos municípios de Machico, Santana e Porto Moniz (-8,8‰, -8,6‰ e -8,5‰, respectivamente)”.

Diz ainda a entidade estatística que “em 2018, a densidade populacional da RAM era de 316,8 habitantes por Km2. O Funchal foi o município a registar o maior valor (1.366,5 Hab/Km2), contrastando com o Porto Moniz, que apresentava o valor mais baixo (28,3 Hab/Km2)”.

No que toca à proporção de jovens (população com menos de 15 anos), este indicador “continuou a diminuir em 2018, representando 13,5% da população total (13,9%, em 2017). A proporção de idosos (população com 65 ou mais anos) manteve também a tendência crescente dos últimos anos, atingindo 16,7% da população residente (16,4%, em 2017). Em consequência, o índice de envelhecimento continuou a aumentar, fixando-se em 123,6 pessoas idosas por cada 100 jovens (117,8 em 2017)”, num agravamento de 5,8 pontos. “Os valores mais elevados deste indicador registaram-se em São Vicente (253,5), Santana (243,9) e Porto Moniz (224,5); os valores mais baixos foram observados em Santa Cruz (71,0) e Câmara de Lobos (77,2)”, apontou.

Por fim, aponta: “Em 2018, diminuiu ligeiramente o número médio de filhos por mulher, traduzido pelo índice sintético de fecundidade, situando-se em 1,15 filhos por mulher (1,16 em 2017)”, sendo este um dos referidos problemas a resolver, mas que, tal como mostra o saldo migratório positivo dos oriundos da Venezuela, poderá vir a contribuir para um aumento da população com o possível regresso de mais emigrantes madeirenses.

Refira-se que de manhã, segundo a Agência Lusa, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgara que a “população residente em Portugal continua a baixar, mas a um ritmo mais lento, por causa do saldo migratório, e no final do ano passado o valor estimado pelo INE era de 10.276.617 pessoas, menos 14.410 do que em 2017”, muito á semelhança do que aconteceu na Madeira, já que também no país “o saldo natural negativo agravou-se (de -23.432 pessoas em 2017 para -25.980 em 2018), incluindo o envelhecimento demográfico, fruto do aumento da população idosa e da diminuição dos jovens.