Madeira

Investigadores encontram vestígios de árvore extinta da família do chá na ilha da Madeira

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“Estudo de fósseis na ilha da Madeira, revela a existência de uma árvore extinta da família do Chá”, revela o departamento de comunicação da Universidade da Madeira (UMa), no seguimento de um estudo publicado no passado sábado, no jornal científico ‘Quaternary Science Reviews’.

A planta identificada, “Eurya stigmosa”, pertence a uma espécie extinta da família do chá (Theaceae). Esta árvore no passado teria uma distribuição mais ampla, sendo comum na Europa até há 2.5 milhões de anos. Actualmente podem encontrar-se plantas aparentadas na América Central e do Sul, Ásia Ocidental e nas ilhas do Pacífico.

As datações radiométricas, publicadas no mesmo estudo, indicam que esta árvore estaria ainda presente na ilha da Madeira há 1.3 milhões de anos, embora já em situação de refúgio, juntamente com várias plantas que hoje em dia constituem a floresta Laurissilva.

“Desconhecem-se as causas da sua extinção na ilha da Madeira, podendo o seu desaparecimento estar ligado a alterações climáticas passadas, não podendo, contudo, descartar-se a possibilidade de ter sobrevivido até ao povoamento da ilha da Madeira, tendo sido extinta por acção do Homem”, explica a nota da UMa.

Este estudo aponta ainda para a “fragilidade dos ecossistemas insulares, e, portanto, da floresta Laurissilva, que evoluiu isolada ao longo de milhões de anos, na ausência de grandes herbívoros e das mais diversas actividades humanas”.

Esta publicação resulta dos trabalhos de investigação de Carlos Góis-Marques, realizados no laboratório do Grupo de Botânica da Madeira, Faculdade de Ciências da Vida da Universidade da Madeira. Carlos Góis-Marques é aluno de doutoramento da Faculdade de Ciências e do Instituto Dom Luiz da Universidade de Lisboa realizando a sua tese sob orientação do Prof. José Madeira (FCUL), Prof. Miguel Sequeira (GBM, FCV, UMa) e do Prof. José M. Fernández-Palácios (ULLag, Espanha).