O Simplifica
O custo de vida está cada vez mais insuportável para os madeirenses, isto não pode continuar. Terá que haver medidas urgentes, para travar isto, sob pena de termos que deixar de comer peixe, carne e fruta, proteínas e vitaminas essenciais a uma alimentação saudável. Sabemos que, em parte, é devido ao turismo que através dos hotéis e do AL tudo consome. Estamos a pagar pelo preço dos turistas e é óbvio que eles têm poder de compra, que nós não podemos igualar.
Com a habitação passa-se o mesmo, o poder de compra dos estrangeiros é muito superior ao nosso e é por isso que o solo madeirense está todo a ser vendido aos estrangeiros, entre 1.000 a 3.000 € ao m2, pelo estúpida ganância do G. R. arrecadar divisas. É óbvio que os nossos jovens, ou qualquer madeirense que viva do seu salário não podem constituir família. É também por isso que as modestas habitações dos pais estão a dar guarida aos filhos e às suas famílias. Pois então, se o GR não pode condicionar o turismo e não pode (ou não quer) controlar preços de mercado terá que avançar com outras medidas porque assim como está não pode continuar. Esta é responsabilidade do Governo Regional que terá que criar condições para que os madeirenses possam viver na sua terra, pois se os benefícios do turismo e do IVA vão diretamente para os cofres do GR, repito o que várias vezes disse; a Região não pode enriquecer à custa do sacrifício da sua população. Albuquerque já está como o Trump, só tem cifrões nas cavidades oculares, mas o madeirense vive de migalhas.
Perguntar-me-ão! Mas como resolver isto? O G.R. tem mecanismos para reduzir o custo de vida na Madeira através do “SIMPLIFICA”. Ou seja, diferenciar os madeirenses dos estrangeiros aplicando um diferencial de 15/20% para os madeirenses que apresentem o “simplifica” em tudo o que seja comprado com esse “título” como os estrangeiros não o poderão adquirir porque isso é apenas para os residentes, então teríamos um desconto de 15 a 20% em relação aos estrangeiros. Obviamente que os hotéis e todos os negócios em geral não poderiam usar dessa prerrogativa, Os custos com o Simplifica seriam compensados com as taxas do turismo. Mecanismos existem para atenuar esta medonha inflação, o que é preciso é saber governar e ter coragem política para tomar medidas que acautelem o bem comunitário..
Veja-se que a Madeira lançou recentemente um plano, PPDA-RAM, com 9 medidas para combater o desperdício alimentar per capita. As medidas são difusas e confusas falando na generalidade mas esquecendo que quem mais desperdiça são os hotéis e os estabelecimentos de restauração, uma vez que 90% da população não se pode dar ao luxo de desperdiçar comida ao preço que ela está. O consumidor madeirense pode dar-se ao luxo de desperdiçar peixe ou carne ao preço que estão? Por outro lado deita-se banana para o lixo que não tenha condições de exportação e não se coloca na mercado para não provocar deflação ou, para que não sabe, não diminuir o preço de mercado. Com o peixe acontece o mesmo e outros bens de consumo. Isto são medidas avulsas que de nada servem para atenuar esta terrível crise. A população terá que sair à rua e reivindicar o seu direito de viver.
Por outro lado, a Madeira beneficiou em 2020, após a epidemia “covid 19”, de cerca de 700 milhões de euros, provindos da UE ao abrigo do PRR, para recuperação da economia, do social e da habitação, porém pergunta-se: O que foi que os madeirenses beneficiaram com isso? Para onde foi todo esse dinheiro? O que sentimos é que vivemos cada vez mais no limiar da pobreza. No que concerne ao custo de vida, à habitação e à saúde, ou seja; por muito dinheiro que entre nos cofres, todo ele desaparece sem deixar rasto. Seria pertinente saber onde foi aplicado, como foi aplicado e quanto foi aplicado, temos o direito de saber para onde vai um dinheiro que é nosso. Atendendo que o prazo do PRR é apenas até 2026 e a taxa de execução em julho de 2025 era de 31% facilmente se deduz que por inércia do GR não vamos beneficiar da totalidade dessas verbas .
Para finalizar: Aproximam-se eleições autárquicas, meditem bem no vosso voto. Não o estraguem em partidos que “pescam” militantes mentirosos, ignorantes, alcoólicos, pedófilos, incendiários, ladrões de malas, mentecaptos e pessoas mal preparadas, escolhidas à pressa para preencher listas. Não vamos espalhar lixo político sob pena do nosso país regredir 50 anos.