Aqueles que pensam que mandam nisto tudo
A literatura ensina, e a prática demonstra, que a ausência de regras cria a suas próprias regras. A isto acrescento que não há um pouco de anarquia (o estado de ausência de regras tende a crescer…), e que as novas “regras” criadas pela ausência de regras não beneficiam o colectivo.
O quero-posso-e-mando a que se assiste hoje em dias um pouco por toda a ilha decorre não tanto da ausência de regras, mas sim da falta de vontade, ou da incapacidade, de as impor.
Os disparates no trânsito, a sobrecarga de alguns (muitos…) pontos da ilha, nomeadamente em termos de estacionamento, decorre não apenas de haver demasiados turistas, e destes terem o perfil errado, mas também de haver demasiados rent a car, de haver demasiados voos, vendidos demasiado barato, e de nada ser pensado até ao fim, muito também porque não há operacionais a tomar decisões.
As decisões são, infelizmente, tomadas por maus decisores, teóricos de secretária, que se recusam a sair do seu gabinete excepto para eventos perfeitamente encenados e preparados, em que debitam umas poucas balelas, transformadas nuns soundbytes ou imagens em que qualquer relação com a realidade é mera coincidência.
O Governo Regional mente-nos todos os dias. Quando fala do turismo, das florestas, da saúde ou da economia. E cada mentira, e cada dia que se passa a mentir, e menos em dia em que se resolvem problemas e mais um dia em que se criam novos problemas. Eu não sei se estas mentiras são intencionais. Se são, trata-se de má-fé, e de esquecer que os governos têm por obrigação servir as populações, e não o contrário. Se não são intencionais, demonstram uma incompetência que parece não ter limites, nem sequer os do bom senso.
Os madeirenses parecem ter optado claramente pela mentira e pela incompetência. É um direito que lhes assiste, mas que tem um custo. Começamos a ver o crescimento destes custos, com investigações de corrupção decorrentes de um claro incumprimento do PDM do Funchal, e do caos a que assistimos nas estradas da ilha.
Penso que não é isto que a generalidade dos madeirenses quer. E é por isto que acho que todos temos a ganhar com uma clara mudança naqueles que escolhemos para por à frente dos nossos destinos, nomeadamente nas autarquias da Madeira e do Porto Santo.