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Relembrar Hiroxima, combater a guerra defender a Paz

Sofia na sua Cantata da Paz, tantas vezes ouvida nas diversas lutas contra o regime fascista de Portugal, cantada na Capela do Rato na luta contra a guerra colonial acordava cristãos e ateus para a luta contra a injustiça e a necessidade da Paz.

Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar… Vemos, ouvimos e lemos relatórios da fome. O caminho da injustiça. A linguagem do terror.

A bomba de Hiroxima, vergonha de nós todos, que a reduziu a cinzas. A carne das crianças de África e Vietname. Sobe a lamentação dos povos destroçados. Nada pode apagar. O concerto dos gritos. O nosso tempo é um pecado organizado…

A 6 agosto de 1945 às 8h45 a primeira bomba atómica (a de urânio) foi lançada pelos Estados Unidos da América sobre um alvo humano matando cerca de 140 mil pessoas. Num raio de 2 Km, do epicentro da explosão tudo ficou destruído. Uma onda de calor intenso emitia raios térmicos e radiação ultravioleta. Hiroxima tornou-se num deserto.

Quem sobreviveu, sobreviveu com meios terríveis. O calor imenso levou a roupa e a pele das vítimas.

De concreto, sobraram alguns humanos de uma arma nuclear, com a potência equivalente a 20 mil toneladas.

3 dias depois foi lançada a bomba de plutónio, desta vez em Nagasaki que causou a morte a cerca de 74 mil seres humanos.

Assiste-se hoje a guerras tremendas e ameaças de hipótese de uma guerra nuclear, em meia dúzia de minutos o planeta pode sucumbir à loucura dos que carregassem nos botões do lançamento das ogivas nucleares.

Vivemos num tempo de equilíbrios de terrores, do aumento das despesas para a guerra e nada é investido na negociação da Paz tão necessária ao desenvolvimento económico e social dos povos.

Os meios de comunicação social só nos falam da guerra, horas e horas de debates, de comentadores, quase todos a defender a Guerra, mais sofisticação de armas, com maior alcance.

Quanto dinheiro é gasto nessa loucura, quantos militares e civis morrem nas guerras? Só o ser humano é tão cruel com o ser humano. Quem nos desgoverna é um perigo, necessitamos de governantes sérios, prudentes e disponíveis para o diálogo e cooperação entre os povos.

Precisamos de Paz, precisamos de dinheiro para a saúde, para educação, para habitação, para a justiça social, para defesa do ambiente, para proteção da natureza, para aumento de salários e pensões (85% da pensões em Portugal é inferior a 500€).

Eu participei na guerra colonial e tenho saudades das amizades com os meus camaradas, mas não tenho saudades como alguns, que se orgulham das suas façanhas militares, da tirania sobre populações indefesas e de massacres.

Por vezes acordo, depois de sonhar com os ataques, com as minas nas picadas, com os mortos, os feridos e sinto um tremor dentro de mim só de pensar no sangue derramado dos dois lados dos conflitos armados, carne para canhão dirigidos por quem não lá vai. A Paz é urgente é necessário um grande movimento de opinião plural contra a guerra.