Três notas e um aviso
1. Os partidos da oposição madeirense parecem ter um fado peculiar que consiste em, nos momentos em que estão em alta, darem tiros nos próprios pés. Sucede com o PS-M há décadas, até à completa decadência que, salvo intercedência divina, se avizinha; sucede, agora, com o JPP que, após sucesso assinalável nas últimas regionais e nas legislativas nacionais, resolveu complicar as coisas exatamente na autarquia que lhe granjeou a base para a sua afirmação. Não havia necessidade!
2. Num arremedo de afirmação pública, Bruno Melim, novamente candidato à presidência da JSD (talvez destinado a ser líder vitalício, já que parece ter caducado o prazo de validade para ser “consumido” como jovem) vem dizer que não quer ser o “braço armado” do PSD. A expressão, oriunda dos comandos revolucionários em ação no século XX, não será, efetivamente, adequada a uma organização que se limita a preencher comícios e arruadas com barulho e bandeiras. A questão, portanto, é do tempo verbal: não se trata de “querer ser”; é “deixou de ser”!
3. A Fortaleza de São Tiago, como o Forte do Pico de São João, são sinais evidentes da governação castelhana) na cidade do Funchal. Não serei, antes pelo contrário, adepto dos castelhanos, mas sou obrigado a reconhecer (engolindo o meu orgulho português) que estas obras, na época, eram necessárias à defesa da Ilha perante os corsários de várias origens que nos acossavam.
Devolvidos que foram, séculos passados, após duras lutas ao património da Região, o que se verifica é um absoluto desmazelo e falta de conservação. Quanto ao Forte de São Tiago, nalgumas passagens ocasionais pelos arredores, só verifico a degradação contínua, a falta da manutenção (nem sequer, uma tinta ocre que os soldados da Polícia Militar que lá esteve alojada, eram obrigados a aplicar quando o oficial no comando se lembrava) e a completa falta de definição do destino do espaço.
Relativamente ao Forte do Pico, nem digo nada. Quem quiser ter uma perceção do que lá se apresenta e se abstraia da vista magnífica, vá lá e tire as suas conclusões.
4. O Senhor Henrique Gouveia e Melo (antigo Almirante) apresentou a sua candidatura à Presidência da República. Disse, publicamente, ao que vinha e quais eram os seus propósitos. Pareceram-me, a mim, simples cidadão eleitor, claros e adequados. Estará, com certeza, inscrito na minha ponderação na hora de votar para a Presidência da República.
Sem espanto, logo acordaram todos os defensores do sistema pantanoso vigente, que entre referências pouco subtis (desde o comando de “tubos de lata”, entenda-se submarinos, até a proximidade com o Chega) fizeram de tudo para apoucar esta candidatura.
Sem tomar partido, deixo só um Aviso: o Almirante Gouveia e Melo terá uma posição decisiva nas eleições presidenciais. Não o subestimem!
João Cristiano Loja