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Crónicas

O povo é quem mais ordena

Miguel Albuquerque é o político mais brilhante da nossa Autonomia, verdadeiro democrata destes cinquenta anos de governo próprio

Queriam eleições na Madeira? Tiveram-nas. Deviam pensar a Madeira como terra de burros, estúpidos ou insanos. Mas não são.

Está decidido. Os madeirenses e portosantenses querem um governo do PSD, nos próximos quatro anos, liderado por Miguel Albuquerque. Quem gosta, gosta. Quem não gosta é bom começar a gostar. Porque é tempo de remar para o mesmo lado. De entender o futuro da Madeira e do Porto Santo como a causa maior do nosso trabalho cívico. E do contributo político colectivo.

É a única coisa séria a fazer: tratar da governação da Madeira, como Região Autónoma que é. Recuperar o tempo perdido e avançar nos projectos e decisões que ajudam ao desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.

“Parabéns Miguel Albuquerque pela vitória mas sobretudo pela coragem e confiança que transmites à população. Tenho orgulho em ter tentado ser útil a teu lado. És o político mais brilhante da nossa Autonomia, verdadeiro democrata destes cinquenta anos de governo próprio. Certamente dispensavas as afrontas e acusações de colegas de partido que o tempo envelheceu, desgastou ou impediu de derrubarem uma liderança sólida, eficaz e sem tiques totalitários. Até mudaram a lei eleitoral. O PSD M é hoje, ao contrário de antes, um partido sério, transparente, respeitador e defensor das liberdades individuais”. Disse!

Há vários militantes do PSD que andaram, do lado errado da História, impedindo a afirmação do partido na estabilidade da vida política da Madeira. Esses militantes acabam de mostrar como perceberam terem estado errados enquanto desse lado. E mudaram com sabedoria.

Em política a ambição desmedida mata sempre. Não saber se auto-avaliar é demolidor. Percebo a frustração dos que mais uma vez são derrotados. Eles não a devem entender. Pediam “mudança”. Não tiveram. O PS passou de segundo para terceiro maior partido. Ou para quarto menos pequeno. É o único de esquerda no parlamento regional.

Miguel Albuquerque e o PSD são os grandes vencedores. Aumentaram o número de deputados de 19 para 23. Cresceram 13 mil votos, na procura de um governo estável com maioria absoluta.

Alberto João Jardim, que já votou contra o PSD, não quer atribuir esta vitória a Albuquerque mas apenas ao PSD. São os ciúmes da elegância em política que nunca teve. Finalmente reconheceu quanto errado esteve opondo-se a Albuquerque.

O JPP foi vencedor desta jornada eleitoral. Ultrapassou o PS, o que já era esperado. Aumentou dois deputados. Beneficiou de ser um partido regional com sede na Madeira. Sonha com uma liderança que junte, ao JPP, PS e Chega numa grande coligação negativa ao PSD. Tanto se vai pôr do lado errado da História que acabará por sofrer as respectivas consequências políticas.

Na Alemanha os partidos que ganham eleições aceitam apoiar o adversário quando este é o vencedor. São sempre construtivos ajudando a promover soluções de governo. Nenhum quer ficar de fora. Oferecem-se para fazer parte do governo. Quando um governo corre mal um deles é a alternativa vencedora e lidera uma nova solução. Nunca são oposição.

Aqui na Madeira é diferente. Os que perdem as eleições querem é se opor ao governo. Nada querem com as responsabilidades da governação. Afastam-se. Auto excluem-se. É uma atitude envergonhada que não mais pretende que esconder a fragilidade ou mesmo ausência de competências próprias. Nunca ninguém os fica a conhecer nem a saber da valia dos seus quadros políticos. Nas próximas eleições o povo continua a desconhecer e a desconfiar das suas capacidades. Mais uma derrota como é óbvio.

Mas o PS não foi o único perdedor. Há mais.

Desde logo Marcelo Rebelo de Sousa. O desprezo que dispensou à dissolução da Assembleia Legislativa e à marcação das eleições indiciam má vontade para com a Madeira. Ele próprio “condenou” o seu Representante ao desaparecimento, não lhe atribuindo qualquer papel relevante enquanto andou nos Estados Unidos a fazer tempo para reunir o obrigatório Conselho de Estado. O Representante devia ter feito alguma manobra política. Não fez e podia ter feito. Assim, é função inútil.

Pedro Nuno Santos, o radical de esquerda líder socialista, é outro dos vencidos. Na noite eleitoral agrediu verbalmente o PSD Madeira e o seu líder. Escusava. Não tem classe. É um menino mimado que vendeu o seu “Porsche” para parecer popular. Deve estar irritado por ter confiado em Paulo Cafôfo. Veio ao Funchal promover o PS e teve uma derrota estrondosa. Com ele tudo fica pior em Portugal.

O CHEGA é outro derrotado. E será sempre perdedor. Quiseram censurar e acabaram censurados. Os madeirenses não se revêem no socialismo como no radicalismo de direita. O CHEGA não acabou com os tachos, como propõe o seu cartaz. Ainda têm três deputados, proporcionados por madeirenses andam mal com a vida. O seu currículo de “rapaziada” com conduta grave, alguma criminosa, bem assim como serem mandados por Lisboa, em particular pelo próprio André Ventura, faz rejeitar uma proposta política que se diferencia das congéneres europeias pela qualidade dos respectivos políticos. Aqui, pela falta de bom nível.

A direita populista, equiparada à europeia na seriedade, transparência e qualidade do discurso, será um problema alternativo no futuro. Mas a actual amostra portuguesa não o é.

Os demais partidos, numa democracia pragmática estariam fora de jogo. Gastam dinheiro público, retiram atenção às candidaturas mais credíveis e não apresentam novidades nem qualquer iniciativa que alguém se lembre. Um mero tacho.

Da campanha retiro algumas notas. A primeira são as promessas eleitorais. O povo votou mais em quem foi mais sério e comedido nas propostas. Houve quem propusesse tudo o que nos falta adicionando baixar os impostos. A segunda é a anarquia dos cartazes. Julgo as Ilhas merecerem regulamento mais criterioso pois, a manifestação de cartazes, já não ajuda eleitoralmente.

Um último comentário para abordar a questão do arguido. Não é aceitável que gente dita inteligente - não serão certamente - argumente ser o estatuto de arguido impeditivo do seu apoio. Porventura as denúncias anónimas, que determinaram essa situação, tenham partido dos próprios que recusam aceitar relação política. Vá lá se saber. Mas uma coisa parece certa: é ponto inegociável para os mandados por Lisboa - PS, CHEGA e IL - aqueles que procuram impedir incoerências que sejam obstáculos na política nacional.

Adiante

Agora, é governar bem e com sabedoria para, na próxima, não faltar qualquer deputado. Entretanto, estou seguro que ninguém na política madeirense terá a ousadia de cometer traição e derrubar o governo de Albuquerque. Seria atrevimento com castigo histórico garantido.

Presidência da ALM de volta ao PSD

De onde nunca devia ter saído, não fora a exigência abusiva de José Manuel Rodrigues e a cedência de uns todos poderosos laranja. Escrevo antes de conhecer quem será eleito/a. Ao contrário do afirmado por Alberto João Jardim na RTP/M, ambos os “renovadinhos”, José Prada e Rubina Leal, têm estatuto político para honrarem o topo da hierarquia da nossa Autonomia. Ficará bem entregue. Terei orgulho nisso.