DNOTICIAS.PT
Artigos

Palavra do Povo

Em dezembro de 2024, o JPP e o PS alinharam com o Chega numa irresponsabilidade que fez cair o Governo, obrigou o Presidente da República a dissolver a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e a recorrer à sua “receita do costume”: devolver a “palavra ao povo sem dramatizações nem tremores. É essa a força da democracia”.

E “contra a força não há resistência”. O povo madeirense, chamado, respondeu com muita paciência, com serenidade, com clareza, com inteligência, com responsabilidade, com firmeza e com força e, dizendo o que quer para o futuro, fez também o seu julgamento político, soberano, em última instância, sobre a postura e sobre a posição assumida pelos partidos que viabilizaram a moção de censura de dezembro de 2024.

É evidente que esses partidos não souberam interpretar a vontade do povo e não exerceram com responsabilidade e sensatez um mandato que é sagrado. O político não se pode desligar do seu povo. Tive o cuidado de o referir numa das minhas intervenções parlamentares, mas aqueles partidos preferiram a gula à responsabilidade. E, de facto, quando há dúvidas sobre o exercício do mandato, nada melhor do que perguntar ao mandante.

Ora, os mandantes esclareceram agora a sua posição e censuraram claramente o mau exercício do mandato por parte de alguns deputados que, como disse, apesar de alertados, optaram por subverter irresponsavelmente todos os princípios fundamentais em que assenta a lógica da representatividade democrática. Esta é a verdadeira história e a grande mensagem do povo madeirense do passado domingo.

O povo madeirense identificou os culpados do passado e tomou uma posição muita clara relativamente ao futuro. É preciso respeitar os eleitos e os mandatos. O povo quer estabilidade e bom senso. Em maio de 2024, acreditou numa dinâmica de um governo sem maioria parlamentar, mas acabou desiludido, de tal forma que, agora, chamado novamente a pronunciar-se, assumiu uma nova posição coletiva que evita irresponsabilidades de partidos populistas. O Presidente da República fez logo a sua leitura do resultado eleitoral na Madeira: o povo quer estabilidade com uma “maioria absoluta”.

As freguesias de Gaula, Santo da Serra e Santa Cruz ficam isoladas num mapa pintado de um laranja responsável. Esta é, de facto, uma grande vitória da Madeira, construída por pessoas genuínas que deram a cara pela sua terra e pelo nosso povo. É uma vitória de cidadãos humildes que souberam passar uma mensagem verdadeira. Esta não é uma vitória dos que apenas correm para a fotografia depois do resultado.

Creio que estão hoje reunidas as condições para uma nova estabilidade e para o caminho de responsabilidade e compromisso que todos desejam. Sabemos que temos sempre mais caminho. Sabemos que podemos sempre fazer mais e melhor. Saberemos manter a confiança do nosso povo com grande humildade. Honraremos a nossa história. Cumpriremos, enquanto outros apenas prometem ou proclamam. Sempre pela Madeira!