Estado actual das Forças Armadas Portuguesas é "preocupante"
Chega questionou ministro da Defesa sobre ajuda à Ucrânia
O Chega informou esta quarta-feira que a sua representação na Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República questionou, por escrito, o ministro da Defesa sobre o destino e a utilização da ajuda que Portugal tem vindo a fornecer à Ucrânia desde o início do conflito com a Rússia. A iniciativa foi apresentada no âmbito da preocupação crescente com o impacto desse apoio na capacidade operacional das Forças Armadas Portuguesas.
O deputado madeirense Francisco Gomes, membro da Comissão de Defesa Nacional, sublinha que “Portugal se posicionou desde o início como um aliado estratégico de Kiev, sustentando essa aproximação com apoio político, financeiro e militar". "No entanto, é essencial garantir que esta cooperação não compromete a nossa própria capacidade de defesa, ainda mais face à eminente retração dos Estados Unidos face à NATO e ao contexto geopolítico europeu", adiantou.
A representação do Chega destaca que Portugal tem fornecido à Ucrânia equipamentos militares, formação técnica e apoio financeiro, alinhando-se com as directrizes da NATO e da União Europeia. No entanto, salienta que o estado actual das Forças Armadas Portuguesas é "preocupante", apontando para "o efeito negativo de um longo período de desinvestimento, para a obsolescência de equipamentos e para a escassez de efectivos".
O prolongado desinvestimento na defesa tem deixado marcas indissociáveis na operacionalidade das Forças Armadas e é crucial que o governo da República esclareça o impacto que o apoio à Ucrânia tem tido, ou pode ter, na capacidade militar portuguesa. Francisco Gomes, Chega
A comissão parlamentar do Chega questiona ainda o ministro Nuno Melo sobre a gestão dos recursos militares e financeiros destinados ao conflito, alertando para a necessidade de um reforço estruturado da defesa nacional. O partido defende ainda que, "perante um contexto geopolítico cada vez mais instável, é imperativo que Portugal assegure a sua própria soberania e a correspondente segurança do território nacional".