Cá e Lá!
1 - Trump: os perigos da ameaça (neo) expansionista para a Europa
A recente tomada de posse de Trump representa uma nova era de desafios geopolíticos e económicos.
O discurso abertamente expansionista de Trump, sugerindo a anexação de territórios como o Canadá, o controlo da Faixa de Gaza, bem como tomar conta da Groenlândia e do Canal do Panamá, rompe com a ordem internacional vigente.
Além de enfraquecer a autoridade moral do Ocidente na condenação das ações expansionistas de Putin na Europa e da China no Oriente, esta postura ameaça a estabilidade global, subvertendo o direito internacional em nome de interesses estratégicos e económicos.
Por outro lado, a sua indiferença relativamente à integridade territorial da Ucrânia e da NATO reforça a necessidade de uma resposta urgente da Europa.
Portugal e a União Europeia devem acelerar a sua autonomia comercial e militar para enfrentar esta nova realidade.
A proposta de um PRR para a área da defesa, como sugerido pelo nosso Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, pode ser um passo essencial para fortalecer a capacidade de resposta europeia.
A diversificação de parcerias comerciais e a aposta numa diplomacia ativa são fundamentais para que Portugal não fique vulnerável às mudanças globais.
Diante de um cenário geopolítico cada vez mais volátil, a Europa precisa de se unir e adaptar-se rapidamente para não se tornar “irrelevante” frente a esta nova dinâmica expansionista liderada por Trump.
A esperança reside na nossa capacidade de agir com determinação.
2 - “Madeira Primeiro” - o compromisso em aprofundar a Autonomia, está a cumprir-se!
As relações entre a República e a Região Autónoma da Madeira nem sempre foram produtivas e respeitadoras da nossa identidade e Autonomia.
Atualmente, enquanto deputado na Assembleia da República, sou testemunha do compromisso de fazer com que a Assembleia da República e o Governo Nacional assumam as suas responsabilidades para com os madeirenses e porto-santenses: A aprovação da quase totalidade das propostas apresentadas, em sede de Orçamento do Estado, pelos deputados eleitos nas listas do PSD/M é sinal desse compromisso e determinação.
A Autonomia não é um favor, mas sim um direito que deve ser aprofundado, e esse aprofundamento só é possível com um Estado que compreenda e atue em conformidade com as especificidades da nossa Região.
O respeito pelos nossos direitos não se proclama, pratica-se, e os passos dados recentemente demonstram que estamos num caminho de cooperação institucional sólida e vantajosa para a Madeira e para o País.
A prova mais concreta desta nova era de entendimento está na presença, num curto espaço de tempo, de duas Comissões da Assembleia da República na Madeira, em trabalho de proximidade com a realidade regional.
A visita da 10.ª Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão permitiu uma maior compreensão dos desafios sociais e laborais, enquanto a Comissão de Agricultura e Pescas veio identificar as necessidades e potencialidades dos nossos setores primários. Ficaram vários compromissos, nomeadamente a conjugação de esforços, junto da República e da Comissão Europeia, para que a renovação da frota do peixe-espada preto seja uma realidade para “amanhã”! Por outro lado, no que concerne à Floresta e à sua preservação, foi reiterada a vontade da Madeira que o Fundo Ambiental tivesse, nesta área, abrangência e comparticipação nacional.
3 - A Madeira com contas certas e com progresso
De acordo com a Síntese Orçamental, publicada há uma semana, pela Direção-Geral do Orçamento, os resultados da Administração Pública Regional da Madeira demonstram uma gestão responsável, capaz de contribuir significativamente para o saldo positivo das contas públicas nacionais.
A estabilidade financeira que se conseguiu alcançar não foi obra do acaso, mas sim fruto de políticas estratégicas e de uma governação focada no desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade de vida dos madeirenses.
A social-democracia tem sido a força motriz deste progresso, garantindo crescimento económico, paz social e um compromisso inequívoco com as pessoas.
4 - 3.ª Edição das Conferências do Atlântico em Câmara de Lobos
A aposta do executivo camarário na realização das Conferências do Atlântico, desde 2021, revela uma visão estratégica e esclarecida sobre o papel de Câmara de Lobos no debate geopolítico atual.
Num mundo cada vez mais instável, onde regimes autoritários e populistas desafiam os valores democráticos, este evento assume uma importância crucial ao reforçar a centralidade da Aliança Euro-Atlântica como pilar de estabilidade.
A escolha do tema da edição deste ano – Winston Churchill e a democracia liberal – sublinha a necessidade de preservar os princípios de liberdade e diálogo, elementos essenciais para enfrentar as ameaças vindas de potências como a Rússia, a China, entre outras, onde a erosão democrática tem sido uma preocupação crescente.
Parabéns, Câmara de Lobos, por continuar a ser o palco regional para a reflexão destes e de outros temas!