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Explicador Madeira

Sinais de alerta das relações abusivas

O Dia dos Namoradas ou de São Valentim é assinalado nesta sexta-feira. Além de celebrar o amor, esta efeméride serve, todos os anos, para analisar os dados sobre a violência no namoro. Tal como noticiado pelo DIÁRIO, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou em 2024, na Madeira, quatro vítimas, uma das quais na relação actual e três após a ruptura da relação.

APAV apoiou na Madeira 4 vítimas de violência no namoro em 2024

Comparando com os Açores, que tem 21 casos, a Madeira é das regiões com menos casos. No país foram 1.023 casos

Agência Lusa , 14 Fevereiro 2025 - 09:04

Ainda noticiado pelo DIÁRIO mais de 67% dos jovens madeirenses legitima pelo menos um tipo de violência no namoro.

67% dos jovens madeirenses legitimam pelo menos um tipo de violência no namoro

Controlo é o tipo de violência mais legitimado pelos participantes de um estudo realizado pela UMAR em diversas escolas da Região

Carolina Rodrigues , 14 Fevereiro 2025 - 11:17

Um dos sinais de alerta é o controlo, especialmente no que diz respeito a utilizar o telemóvel da outra pessoa ou entrar nas suas redes sociais sem autorização. Contudo, este não é o único sinal que deve ter atenção. Saiba, através deste Explicador, quais os sinais de alerta das relações românticas abusivas e violentas.

O ‘Infopédia – Dicionários Porto Editora’ define como violência o “recurso à força física, à intimidação ou a outro meio para impor a própria vontade, coagir outem ou causar dano, estrago ou mal”, “acção hostil ou destrutiva; agressão, ataque” e “abuso de força”.

A psicóloga clínica, sexóloga e investigadora do Instituto Universitário ISPA, Ana Alexandra Carvalheira, descreve uma relação tóxica como sendo “de abuso de alguém sobre alguém”.

A verdade é que a violência no namoro tem vindo a ter cada fez mais impacto na sociedade, como é perceptível no resultado do Estudo Nacional da Violência no Namoro 2025, divulgados pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta, em que dos 491 participantes inquiridos, mais de metade – 64,4% - admitem ter experienciado pelo menos um dos indicadores de vitimação presentes no questionário.

A Ordem dos Psicólogos define os seguintes sinais de alerta:

  • Tentam controlá-lo/a (por exemplo, dizem-lhe o que pode ou não vestir, impedem-no/a de sair, tiram-lhe o seu dinheiro ou a chaves do carro e pedem justificações sobre o que faz e onde vai);
  •  Tentam fazê-lo/a sentir-se mal, inútil, sem valor;
  • Criticam os/as seus/suas amigos/as e são possessivo/as e ciumentos/as;
  • Tem medo do temperamento e do humor do/a seu/sua parceiro/a;
  •  Gritam-lhe, empurram-no/a, batem-lhe, dão murros ou atiram-lhe objectos;
  •  Ameaçam magoar ou magoam a sua família e animais;
  • Forçam-no/a a ter relações sexuais.

Assim, existem tipos de violência digital, física, social, económica e verbal que merecem atenção.

A Ordem dos Psicólogos reforça que nem sempre as relações românticas são felizes e que “nenhum casal é livre de problemas”, explicando que os “altos e baixos de uma relação são inevitáveis e ultrapassá-los pode ser um desafio”.

Reitera que não deve esperar até que uma relação mostre sinais de ruptura para a tentar melhorar. “Se identifica alguns destes sinais na sua relação romântica, saiba que ninguém merece sentir-se desrespeitado, infeliz e com medo numa relação”.

Ao DIÁRIO, o Centro Social e Paroquial de São Bento da Ribeira Brava forneceu o 'Violentómetro' para perceber a gravidade da violência. 

Por exemplo, a amarelo, o menos grave, a entidade alerta para sinais que carecem atenção, como por exemplo piadas agressivas, chantagem, mentir/enganar, provocar ciúmes, culpar, humilhar em público ou controlar/proibir certas amizades, familiares, controlar o dinheiro, lugares, a aparência, actividades, telemóvel, e-mail ou redes sociais. 

O 'termómetro' vai subindo para laranja alertando para situações em que deve reagir, como por exemplo: quando o parceiro/a goza, destruí bens pessoais, fere 'a brincar', da bofetadas, pontapés, confina/prende ou ameaça com objectos. 

Por fim, caso sofra algumas das seguintes situações deverá pedir ajuda: ameaçar com armas, ameaças de morte, forçar relações sexuais, violar ou causar lesão grave no corpo.

Consulte o 'violentómetro':

A quem pedir ajuda?

Linhas de apoio

Associação de Apoio às Vítimas – APAV

707 200 077

[email protected]

Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género

800 202 148

[email protected]

Equipa de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica (ISS IP-RAM)

291 205 132

[email protected]

Associação Presença Feminina

291 759 777

[email protected]

Equipa Multidisciplinar da Violência Doméstica, do SESARAM, EPERAM

291 705 608, ext. 3138

Equipas de atendimento, acompanhamento, investigação da PSP

291 110 000/ 291 110 001 Funchal

291 110 180 Ribeira Brava

Ainda assim, a Ordem dos Psicólogos não deixa de apontar as características românticas felizes nas relações amorosas:

Comunicação clara

  • Confiança e apoio mútuos;
  • Respeito e honestidade;
  • Boa vontade para negociar e resolver conflitos;
  • Momentos de intimidade frequentes;
  • Outras relações com amigos e familiares;
  • Prazer em passar tempo juntos.

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