Mobilidade efetiva
Nas últimas semanas o tema da mobilidade tem marcado o debate político regional. Seja ela marítima, aérea ou terrestre é inegável que este tem sido um assunto alvo da atenção da população em geral, em consequência do desenvolvimento económico a que assistimos nos últimos anos.
No entanto, permitam-nos começar pelo seguinte: prevê-se que chegados ao final do ano de 2025 a Madeira alcance os 8.000.000.000,00€ (oito mil milhões de euros) em matéria de PIB. Isto quer dizer que apenas em dez anos - e com uma grave crise sanitária pelo meio que pôs em causa o setor do turismo - a Madeira duplicou o valor da riqueza produzida. Se olharmos para 1995, concluímos que a Madeira a quadruplicou em 30 anos.
Esta mostra-se a primeira consequência da estabilidade política: uma Região politicamente estável cria confiança nos empresários que arriscam e investem na perspetiva de obter ganhos, criar riqueza e melhorar o seu produto. Ninguém arrisca poupanças e o fruto do seu trabalho em sítios ou circunstâncias instáveis. E se a Madeira cresceu - e muito - deve-o à confiança que os madeirenses imprimiram nas suas empresas e nas sucessivas lideranças regionais que souberam potenciar o talento e visão dos nossos empresários. Todavia, qualquer economia - e em especial uma economia insular - só cresce quanto mais conectada estiver.
Na mobilidade aérea, 2025 é um ano retumbante. Apesar de todas as críticas e tentativas de denegrir e deturpar a realidade aos madeirenses, o Aeroporto Internacional da Madeira atingiu os 5 milhões de passageiros num ano no passado dia 25 de novembro. Apesar de todos os constrangimentos aéreos, do desinvestimento da República durante anos e anos de governação socialista, na melhoria das infraestruturas aeroportuárias - designadamente em matéria de radares e dos instrumentos necessários para monitorizar os fenómenos meteorológicos relacionados com os ventos - a Madeira alcançou um número histórico de passageiros que demonstra que apesar de ser um território insular, a nossa Região Autónoma tem conseguido potencializar as ligações ao exterior, com mais rotas para a Europa e para os Estados Unidos, aumentando os proveitos do turismo e acelerando o processo de cosmopolitização da nossa cultura. 5 milhões de pessoas a aterrarem num só ano na Região são sinónimo, em 2025 e até outubro, de 772 Milhões de euros em proveitos líquidos para o setor do turismo e uma ocupação média de 82,5%.
Apesar de considerarmos que são necessárias melhorias em matéria do subsídio social de mobilidade - tendo como objetivo final o pagamento, pelos madeirenses, de 59 e 79€ euros nas passagens aéreas - este foi um ano especialmente relevante nas ligações dentro do território nacional. Tendo por referência os números já conhecidos, em 10 anos, duplicou o número de madeirenses que viajam para o continente. Se em 2015 eram apenas 115 mil madeirenses que o faziam, em 2024 os números conhecidos revelam que já eram 232 mil madeirenses que beneficiavam deste regime. Se precisa de ser mais ágil, moderno e operacional? Sem dúvida! Mas, convenhamos: está, muito, muito longe de ser a fatalidade que alguns procuram vender.
Importa lembrar que atempadamente e fazendo bom uso da Autonomia Regional, o Governo Regional liderado pelo PSD implementou o programa estudante insular que, a expensas da Região, solucionou o problema dos preços das passagens aéreas aos estudantes deslocados, diminuindo substancialmente o custo das suas deslocações em períodos críticos, num esforço que já totaliza um montante de 30 ME poupados às famílias madeirenses.
Sem prejuízo de reconhecermos a necessidade de melhorar em algumas temáticas relacionadas com a mobilidade marítima e terrestre, há uma conclusão clara: o ano que agora termina foi de significativos avanços nesta matéria. Sendo certo que há medidas a implementar, os agentes políticos com responsabilidade na governação - sejam nacionais ou regionais, deputados ou governantes - têm assumido este tema como prioridade. Infelizmente, na oposição, há quem se furte à construção de ideias claras e de contributos efetivos. Ficam-se pelas conversas de café, pela narrativa que só na sua cabeça encontra realidade, estando mais preocupados com a disseminação da mentira do que com a construção efetiva de soluções para os madeirenses. Nesta matéria mostram-se uns verdadeiros populistas da mobilidade aérea. Vendem ilusões, têm soluções mágicas e com eles tudo será possível. O único problema é que nenhum dos seus contributos encontra respaldo na realidade. E esse é o pior contributo que qualquer oposição pode dar.