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Novo ataque dos EUA contra alegado tráfico de droga no Pacífico causa quatro mortos

Foto DR/U.S. Indo-Pacific Command
Foto DR/U.S. Indo-Pacific Command

Os Estados Unidos realizaram na quinta-feira mais um ataque aéreo no Pacífico contra uma embarcação alegadamente utilizada por traficantes de droga, matando quatro pessoas, anunciou o Exército norte-americano.

"A embarcação transportava narcóticos ilícitos e estava a navegar por uma rota conhecida pelo tráfico de droga no Pacífico Leste", escreveu o Comando do Sul do exército dos Estados Unidos.

A mensagem, publicada pelo comando responsável pela América Latina e Caraíbas na rede social X, era acompanhada de um vídeo de uma embarcação a alta velocidade, antes de uma forte explosão.

"Quatro narcoterroristas a bordo da embarcação foram mortos", referiu a mensagem.

Desde setembro que o exército norte-americano tem vindo a realizar ataques aéreos contra embarcações, principalmente no mar das Caraíbas, que já mataram 87 pessoas, sem apresentar qualquer prova da sua ligação ao narcotráfico.

A Administração do Presidente Donald Trump e o secretário da Defesa, Pete Hegseth, estão a enfrentar críticas severas devido a uma operação em que as forças norte-americanas lançaram um segundo ataque contra um navio já atingido nas Caraíbas, matando sobreviventes.

No total, 11 pessoas morreram nos dois ataques aéreos norte-americanos realizados no início de setembro em águas internacionais.

A controvérsia intensificou-se na semana passada, quando o jornal Washington Post revelou que dois sobreviventes do primeiro ataque, que se agarravam à embarcação em chamas, foram mortos num segundo ataque, autorizado pelo secretário da Defesa.

Na quinta-feira, o congressista democrata Jim Himes afirmou que o ataque matou "marinheiros náufragos" depois de ter assistido a um vídeo do Pentágono exibido a membros do Congresso.

Segundo Himes, o vídeo mostrava "dois indivíduos claramente em perigo, sem qualquer meio de transporte, que foram mortos pelos Estados Unidos".

Também na quinta-feira, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou ter tido uma conversa, que descreveu como "cordial", com Donald Trump, num contexto de tensões decorrentes da deslocação de tropas dos EUA para a região das Caraíbas e da crise do espaço aéreo venezuelano.

Por sua vez, Trump disse na quarta-feira que as operações militares em torno da Venezuela vão "muito além" de uma campanha de pressão contra Maduro e insistiu que "em breve" poderão começar operações em terra semelhantes às que têm sido realizadas em águas internacionais.

Enquanto Washington acusa Maduro de liderar uma "organização terrorista" chamada Cartel dos Sóis, Caracas denuncia que os Estados Unidos procura uma "mudança de regime" para derrubar o chavismo, no poder desde 1999.

Apesar das tensões crescentes entre Caracas e Washington, os dois governos coordenaram mais um voo para a Venezuela na quarta-feira, com 266 deportados.