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Governo Regional Madeira

"No próximo ano vamos apresentar um projecto de revisão constitucional"

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Na deslocação do Governo Regional à Assembleia Legislativa da Madeira, esta manhã, para apresentar cumprimentos de Boas Festas à presidente da Assembleia Legistaltiva, Rubina Leal, o presidente do Executivo, Miguel Albuquerque, destacou o papel central do parlamento regional no funcionamento do regime autonómico, sublinhando que é perante esta instituição que o Governo responde politicamente.

O governante recordou que a Assembleia Legislativa constitui o cerne da autonomia política da Região e recordou que foi através de um órgão democraticamente eleito que, a partir de 1976, a vontade dos madeirenses e porto-santenses passou a expressar-se de forma directa na definição das prioridades e ambições colectivas.

Miguel Albuquerque defendeu que o regime autonómico necessita de ser actualizado e que os "poderes desta Assembleia precisam de ser alargados", considerando a evolução do mundo e os desafios actuais enfrentados pela Região. Nesse sentido, anunciou que o Governo Regional irá apresentar, no próximo ano, um projecto de revisão constitucional regional, no âmbito das comemorações dos 50 anos da autonomia política, com o objectivo de alargar os poderes da Assembleia Legislativa e reforçar os instrumentos de desenvolvimento da autonomia para as futuras gerações.

Nós vamos apresentar no próximo ano, nas comemorações dos 50 anos de autonomia política, um projecto de revisão constitucional em consonância com aquilo que entendemos serem os imperativos de desenvolvimento da própria autonomia para as futuras gerações Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional

O presidente do Governo Regional salientou, além disso, que o Executivo mantém uma presença regular no parlamento madeirense, onde responde às forças políticas e presta contas da sua actividade, através de debates mensais, da apresentação do Orçamento Regional e do Programa de Governo. Sublinhou, também, que o Orçamento constitui um instrumento essencial para a concretização de um programa político sufragado maioritariamente nas últimas eleições.

Relativamente às propostas de alteração ao Orçamento, Miguel Albuquerque reiterou que o Governo não se opõe a mudanças, desde que estas não coloquem em causa a essência do programa aprovado pelos eleitores. Admitiu a possibilidade de acolher contributos que melhorem as políticas públicas, mas rejeitou alterações que impliquem a execução de um programa político diferente daquele que foi sufragado, afirmando que o Executivo actua de forma democrática e não dogmática.

Questionado sobre a posição do parceiro de coligação, o CDS, nomeadamente as declarações de José Manuel Rodrigues sobre a eventual atribuição transversal do subsídio de insularidade a todos os madeirenses, Miguel Albuquerque afastou essa possibilidade para o próximo orçamento.

“Não posso nem vou prometer por uma questão simples, nós não somos um governo socialista. Toda a gente sabe que experiências socialistas são um desastre, vejamos o que está a acontecer em Cuba, que nem electricidade tem. O que nós criamos são condições para a prosperidade das empresas privadas para poderem, como tem vindo a acontecer, melhorar os salários dos seus trabalhadores”, realçou, afirmando que o Executivo não pretende interferir no sector privado, defendendo um modelo em que o Estado cria condições para a prosperidade das empresas, permitindo que estas possam melhorar os salários dos seus trabalhadores.