Basílio Santos esclarece que "o JPP não é contra os campos de golfe"
"O JPP não é contra os campos de golfe. O JPP é contra as prioridades invertidas do PSD e do Governo Regional, porque primeiro tem de resolver os problemas da saúde, educação e habitação e só depois o golfe". A afirmação é do deputado Basílio Santos (JPP) e foi apenas uma das várias vezes que o tema da construção de novos campos de golfe foi abordado no decorrer do debate na especialidade do Orçamento Regional para 2026.
Bruno Melim (PSD) viu nestas declarações uma inversão da posição do maior partido da oposição sobre a temática e justificou-o com o apoio da população aos novos projectos de campos de golfe: "O JPP parece a verdadeira Coca-Cola. Primeiro estranha-se e depois entranha-se. Eles não são de esquerda, não são de direita. Não são nada. São um corpo estranho".
Numa fase anterior do debate, Sílvia Silva (PS) tinha criticado a prioridade dada aos campos de golfe em detrimento do apoio aos agricultores. Num comentário posterior, Carlos Teles (PSD) observou que "hoje o PS já falou mais dos campos de golfe do que o JPP". O ex-autarca da Calheta aconselhou o PS a ter "cuidado porque essa estratégia pode estar errada". "Estão a ir a reboque do JPP", alertou Teles, que admite que o eleitorado socialista pode compreender mal a estratégia.
Gonçalo Maia Camelo (Iniciativa Liberal) defendeu a aposta no golfe mas admite ter dúvidas sobre a necessidade de haver quatro campos de golfe na ilha da Madeira.
No final do debate, o secretário regional Pedro Rodrigues respondeu ao JPP e garantiu que o executivo regional não tem as suas "prioridades invertidas" e a prova disso está nos resultados de desenvolvimento, como o crescimento do PIB, com dívida pública controlada. Quanto aio golfe, assumiu que "é uma opção estratégica do Governo Regional", por criar riqueza, ser um factor acrescido de valorização do turismo e criar centenas de postos de trabalho directos e indirectos. "A Madeira não pode nem vai desprezar esse sector", concluiu.