O Hospital Particular da Madeira está agora a utilizar um sistema de inteligência artificial (IA) no apoio à interpretação de radiografias, no Atendimento Permanente, na Consulta do Dia de Pediatria e na Consulta de Atendimento Médico Não Programado do Madeira Medical Center. A tecnologia, pioneira na Região Autónoma da Madeira, foi desenvolvida pela empresa francesa Gleamer e encontra-se certificada pela marcação CE.

Em causa, explica o Hospital em nota emitida, estão as ferramentas BoneView e ChestView, que auxiliam os médicos na observação de radiografias ósseas e do tórax, permitindo acelerar e tornar mais precisa a avaliação clínica em situações de urgência. Segundo a instituição, a utilização deste sistema não implica qualquer custo adicional para os utentes.

A responsável clínica pela implementação e acompanhamento do projecto, Catarina Dias, sublinha que a tecnologia funciona como um apoio à decisão médica. “O objectivo não é substituir a avaliação clínica, mas apoiá-la. A IA permite ao médico identificar de imediato áreas suspeitas, reduzindo o risco de omissão e agilizando o encaminhamento clínico, bem como o tratamento dos pacientes”, afirma.

O sistema processa automaticamente as imagens radiológicas e assinala zonas com maior probabilidade de fratura ou de alterações pulmonares. A informação pode depois ser integrada pelo médico na sua observação clínica, permitindo uma actuação “mais célere e fundamentada”, refere a nota de imprensa.

O BoneView está orientado para a detecção de fraturas ósseas, derrames articulares, luxações e lesões intraósseas, sendo aplicado a radiografias de utentes a partir dos dois anos de idade. Já o ChestView analisa imagens do tórax e identifica alterações como pneumonias, derrames pleurais, pneumotórax e nódulos, em utentes a partir dos 15 anos.

Segundo o Hospital Particular da Madeira, o relatório gerado pela IA é disponibilizado de forma imediata, o que contribui para a redução e otimização do tempo de avaliação clínica. A instituição garante ainda que o sistema cumpre integralmente o Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados (RGPD), assegurando a confidencialidade e a segurança dos dados clínicos.

Na mesma nota, o hospital afirma que encara a tecnologia como “um instrumento ao serviço dos utentes”, com o objectivo de tornar os diagnósticos mais rápidos, os tratamentos mais adequados e o acompanhamento clínico mais próximo. O objectivo final, refere a instituição, é garantir que “em cada situação clínica, o médico dispõe da melhor informação e das melhores ferramentas para decidir”.

As novas soluções já se encontram em funcionamento e reflectem o compromisso do Hospital Particular da Madeira e do Grupo HPA Saúde "com a inovação, a segurança clínica e a qualidade na assistência ao paciente".