ONU defende conversações mas diz não ter recebido plano de paz dos EUA
A ONU afirmou hoje que apoia conversações que conduzam a uma "resolução pacífica do conflito" na Ucrânia, mas sublinhou que não recebeu qualquer detalhe sobre o plano apresentado pelos Estados Unidos.
"Defendemos conversações que conduzam a uma resolução pacífica em conformidade com as resoluções da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança, a Carta da ONU e o direito internacional, incluindo o princípio da integridade territorial", afirmou em conferência de imprensa Farhan Haq, porta-voz do secretário-geral, António Guterres.
Farhan Haq destacou que a ONU "não recebeu detalhes" do plano de paz dos Estados Unidos sobre a Ucrânia e que Washington é "responsável pelo seu próprio plano".
O porta-voz sublinhou que, quando a guerra começou, as Nações Unidas tentaram dialogar com os líderes de ambos os países e exercer os seus "bons ofícios, na medida do possível".
"Às vezes, a dificuldade reside em conseguir que as partes envolvidas dialoguem entre si. Fizemos tudo o que pudemos dadas as circunstâncias", acrescentou.
Os Estados Unidos afirmaram hoje que as negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia alcançaram avanços substanciais durante dois dias de conversações em Berlim, nas quais Washington ofereceu a Kiev garantias de segurança de "nível platina".
Altos funcionários da Administração de Donald Trump, que falaram sob condição de anonimato, qualificaram as conversas dos emissários americanos, Steve Witkoff e Jared Kushner, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com responsáveis europeus como "realmente positivas em quase todos os aspetos".
Os Estados Unidos explicaram que oferecem à Ucrânia garantias de segurança semelhantes às contempladas no Artigo 5 da NATO, pelo qual os Estados-membros se comprometem a considerar uma agressão contra qualquer um deles como um ataque contra toda a Aliança.
O plano, do qual não foram revelados detalhes, não incluiria o envio de tropas americanas para a Ucrânia, mas sim mecanismos sólidos de dissuasão militar, verificação e eliminação do conflito.
A disputa pelos territórios ocupados pela Rússia continua sem solução e, embora os responsáveis tenham afirmado que houve progressos, sublinharam que as decisões finais ficarão a cargo de Kiev e Moscovo.