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Basta de tratar as Regiões Autónomas como apêndices. O JPP não se calará

Amanhã a Assembleia da República vota o Orçamento de Estado para 2026. E o que é que vemos? O mesmo filme gasto, a mesma desconsideração repetida, o mesmo desprezo político mascarado de “responsabilidade orçamental”. As Regiões Autónomas continuam empurradas para a nota de rodapé e já cansa. Aliás, já ultrapassou há muito o limite do tolerável.

É preciso dizê-lo com todas as letras: este Orçamento ignora a Autonomia. Não a respeita, não a valoriza, não a integra. Finge que existe.

Quanto à mobilidade aérea e marítima, basta de rodeios. Enquanto as famílias madeirenses e açorianas lutam para marcar uma viagem a preços que não destruam o orçamento doméstico, o Governo fecha os olhos, tapa os ouvidos e finge que o problema não existe. A mobilidade aérea continua uma lotaria. A mobilidade marítima, uma piada de mau gosto.

Falam de “coesão territorial”, mas quando chega a altura de garantir transportes dignos para quem vive a mais de mil quilómetros de Lisboa, desaparecem todos.

É esta a solidariedade? É este o tal país “uno”?

Uno para pagar impostos, dividido para receber direitos.

Autonomia não é souvenir político. A Autonomia tem sido tratada como um adorno, uma bandeirinha simpática para agitar sempre que convém, mas sem conteúdo, sem investimento, sem vontade de cumprir aquilo que o Estado está constitucionalmente obrigado a fazer.

A verdade é simples: quando o Governo quer, resolve. Quando não quer, arranja desculpas. E para as Regiões Autónomas, as desculpas são sempre mais rápidas do que as soluções.

Para o JPP, isto é linha vermelha. Não há cedências.

Na Assembleia da República, o JPP não anda a passeio, não está ali para levantar o braço por rotina, nem para alinhar no coro das frases feitas. Está ali para defender a Madeira. Para defender os madeirenses. E, sim, para confrontar diretamente quem insiste em tratar as regiões como territórios de segunda.

Estes temas: mobilidade, autonomia, regionalização e respeito institucional, são sagrados para o JPP.

Não há negociação possível que passe por ignorá-los, relativizá-los ou metê-los numa gaveta.

Amanhã, na votação do Orçamento de Estado, cada partido mostrará com o seu voto aquilo que realmente pensa das Regiões Autónomas. Uns vão continuar a assobiar para o lado. O JPP não. O JPP não se vende, não se verga e não abdica.

Porque as Regiões Autónomas não são nota de rodapé.

São Portugal e está na hora de o Estado começar a agir como tal.

Eu vou continuar a lutar pelas autonomias, pela Madeira e pelos Madeirenses.