DNOTICIAS.PT
Artigos

O 25 de Novembro de 1975!

Nunca é tarde para esclarecer a importância desta data, fazendo um apontamento sobre a nossa história lusitana, numa época referente ao período pós-revolução dos cravos. Como todos devemos saber, tinha de acontecer essa revolução... no sentido pleno da palavra... ou qualquer outra solução parecida, porque estávamos a atravessar tempos de regressão permanente, quiçá cavalgante, ainda por cima com a existência de uma guerra nos territórios africanos, com a nossa responsabilidade administrativa.

E assim aconteceu a dita revolução, que destituiu o governo em exercício, substituído por um outro, distribuído por militares e políticos, escolhidos ao pormenor, para poder salvar a nossa Pátria, resolvendo o problema ultramarino com o referido conflito e também restaurando a normalidade dentro da sociedade continental. Este período revolucionário funcionou até certa altura em que alguns “seres superiores”, que viam mais do que a vista alcança... mandatados com poderes de decisão absoluta, ameaçaram “dirigir” o “navio”, para outras paragens, de tal modo que provocaram muitas lacunas e brechas, no tecido político e na própria democracia, ainda “imberbe”, que após o seu nascimento, já estava a ser manipulada. Eu estava em Lisboa a estudar na universidade e assim podia constatar “in loco”, com relativa facilidade, as tendências, as mudanças... as “mandanças”, com manobras e com decisões totalmente discrepantes do sentimento nacional e do modo de pensar da população em geral. O partido político português melhor relacionado com o regime soviético dessa época, parecia querer, com toda a força e jeito, comandar os destinos do rectângulo, o que era bem patente também, em todo o ambiente universitário. Até que os desequilíbrios e os desentendimentos ultrapassaram os limites, provocando ao fim de ano e meio após a revolução de 25 de Abril, o desenrolar do movimento que desencadeou o 25 de Novembro.

Neste dia, muito cedo... pela manhã, os aviões da FAP sobrevoavam a cidade de Lisboa, insistentemente para cima e para baixo... com aspecto ameaçador... dando a entender um sinal de que existiria um confronto militar qualquer, provavelmente, pensávamos nós, entre duas fações políticas divergentes. Na cidade de Lisboa, tudo correu aparentemente bem ou menos mal, mas com vítimas, como seria de esperar, apesar das condescendências e das vozes pacificadoras, que depois vêm a declarar, um estado de liberdade absoluta e de democracia verdadeira e plena, pelo seu conquistado e merecido caminho.

E o mais engraçado neste período da nossa história recente é que, os próprios políticos soviéticos que nos visitaram nessas datas, imediatamente após a revolução dos cravos, quando questionados sobre o apoio disponível

ao nosso país, não se propuseram a ajudar para a nossa

“reconstrução”, antes reconheceram que preferiam colaborar e ajudar, não no rectângulo, mas nos territórios do continente africano, da nossa antiga “gerência”! Talvez porque, por esses lados, encontrariam o petróleo, os diamantes, “as terras raras”... estas, ainda desconhecidas na época! E assim esses “benfeitores”, foram para os territórios africanos, ajudar, digamos, ajudar a retirar as riquezas dessas terras, quando porventura ainda estavam a iniciar o seu percurso como países independentes e assim a escolher o caminho a seguir!

E deste modo, em verdade, em boa verdade vos digo, que cinquenta anos depois, não esqueci aquilo que aconteceu em Lisboa, nesses tempos problemáticos, porque assistimos - eu, os meus amigos e colegas - com os nossos próprios olhos ao desenrolar das peripécias do 25 de Novembro e dos capítulos seguintes!

Esta parte da nossa história só deve ter esta imagem, porque não há lugar a quaisquer outras “narrativas”!

A Revolução de Abril devolveu-nos a Liberdade! A Revolução de Novembro devolveu-nos, finalmente, a Democracia! Bem hajam as duas!

P.S. O Rastreio da DPOC é muito importante! Para depois reconhecer as despesas do S.N.S. no consumo do tabaco mais barato da U.E.! Certo?