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Jornalista venezuelano ganhou Prémio Liberdade de Expressão da Censorship

Foto DR
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O jornalista venezuelano e ativista dos direitos humanos Carlos Correa, venceu o Prémio Liberdade de Expressão 2025 da Censorship na categoria jornalismo, anunciou a organização na quarta-feira .

Carlos Correa é também diretor da ONG Espaço Público, que documenta e acompanha casos de censura, de violação da liberdade de expressão e do acesso a informação oficial na Venezuela.

"O jornalista venezuelano Carlos Correa foi nomeado vencedor do Prémio Liberdade de Expressão 2025 da 'Index on Censorship' na categoria Jornalismo", anunciou a organização na sua página na internet.

A Censorship explica na sua página 'online' que "a categoria Jornalismo homenageia o jornalismo corajoso, de grande impacto e determinado, que expõe a censura e as ameaças à liberdade de expressão".

"Na Venezuela, Correa passou as últimas duas décadas a lutar para defender o direito do público à informação como diretor do Espaço Público e do [portal de notícias] Crónica Uno. A sua luta não tem sido isenta de riscos", sublinhou a organização, precisando que em janeiro de 2025 o jornalista foi preso e esteve desaparecido durante mais de uma semana.

Segundo a Censorship, "embora as ameaças aos jornalistas sejam algumas das piores da América do Sul, a atenção internacional está voltada para outros lugares".

"Agora, com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a ameaçar declarar guerra à Venezuela, vozes independentes como a de Correa são mais importantes do que nunca", considerou.

O jornalista já reagiu à atribuição do prémio, através de um vídeo divulgado nas redes sociais, considerando que "tem um significado especial no contexto venezuelano".

"Este prémio, principalmente, pelo menos na Venezuela, é a melhor forma de defender a liberdade de expressão, exercendo-a. É também reconhecer, através de mim, tantas pessoas que, de alguma forma, continuam a tentar expressar-se no país", afirmou.

"Quando se censura um jornalista, censura-se toda a sociedade. Espero que este prémio seja útil para continuar a dar visibilidade à situação venezuelana, que contribua para manter essa voz que é fundamental para que o país possa resolver os enormes desafios que tem pela frente", afirma Carlos Correa no vídeo.

A diretora executiva da Censorship, Jemimah Steinfeld, considerou em declarações na cerimónia de entrega dos prémios, realizada em Londres, que o panorama global de 2025 colocou à prova a liberdade de expressão como poucas vezes antes, sublinhando "a extrema coragem" dos jornalistas "num momento em que a escuridão parece pairar" sobre a classe.

A Censorship é uma organização sem fins lucrativos que promove a liberdade de expressão em todo o mundo, inclusive através da publicação de trabalhos de escritores e artistas censurados e da monitorização de ameaças à liberdade de expressão.