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Práticas de moda circular ganham força

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A indústria da moda está a passar por uma transformação, com o desenvolvimento sustentável a surgir como sua característica definidora. Em todo o mundo, marcas estão a adoptar práticas circulares, tecidos ecológicos e métodos artesanais tradicionais como recursos centrais dos seus negócios. Portugal está na linha de frente dessa transformação, com a sustentabilidade profundamente enraizada na identidade cultural e comercial do país.

A marca lisboeta ISTO exemplifica essa abordagem por meio de cadeias de suprimentos transparentes e roupas básicas de alta funcionalidade feitas com fibras biodegradáveis. Da mesma forma, a marca portuguesa Näz prioriza materiais naturais e métodos de produção local, reforçando a dedicação do país à manufatura ambientalmente consciente. Os participantes do concurso Sangue Novo, voltado para jovens designers, utilizam regularmente tecidos de deadstock e tecnologias avançadas de upcycling para criar colecções contemporâneas. Bárbara Atanásio, em colaboração com a RDD Textiles, destacou-se especialmente ao demonstrar como a reciclagem e a inovação podem forjar um novo vocabulário da moda.

A influência de Portugal vai além das iniciativas domésticas. Designers portugueses estão cada vez mais integrados às discussões internacionais sobre as perspectivas da economia circular e a colaboração com mercados emergentes. Esse diálogo ajuda a encontrar novas abordagens e ampliar horizontes para toda a indústria.

Outras semanas de moda internacionais também estão a potenciar activamente designers comprometidos com conceitos sustentáveis, criando oportunidades sem precedentes de colaboração intercultural. A recente Moscow Fashion Week, realizada na capital russa, apresentou muitas eco-brands. Za_Za vem refinar a sua abordagem de sustentabilidade e eco-branding ao criar peças em edição limitada. A marca compra tecidos e reaproveita materiais restantes em novos designs, ajudando a estender o ciclo de vida das roupas. MALYGINA ALENA frequentemente utiliza tecidos vintage e possui um método único de criar têxteis a partir de sobras de materiais, dando uma segunda vida a tecidos e peças por meio de várias técnicas de upcycling. Joseph Mendoza, da Nicarágua, oferece uma abordagem sustentável que combina reaproveitamento criativo, identidade cultural e iniciativas circulares. O seu trabalho dá uma segunda vida às roupas, promove práticas responsáveis e destaca talentos locais em escala global.

Paralelamente às apresentações de moda em Moscou, o BRICS+ Fashion Summit ocorreu como uma plataforma crucial para o discurso global sobre moda e sustentabilidade. Sergio Puig, director da Mediterranea Fashion Week Valencia, enfatizou a importância do encontro: “Eventos como o BRICS+ Fashion Summit e Moscow Fashion Week são plataformas essenciais para diálogo e cooperação”. Esse espírito colaborativo ressoa especialmente em Portugal, onde a moda tem servido de forma consistente como veículo de intercâmbio cultural.

O desenvolvimento sustentável está a deixar de ser um tema de nicho e tornando-se um vector-chave da indústria da moda. Marcas portuguesas e internacionais continuam a demonstrar como a transparência da cadeia de suprimentos, combinada com a ênfase em materiais biodegradáveis e de origem local, pode estabelecer uma estrutura nacional de sustentabilidade que sirva como modelo para adopção internacional. Locais internacionais de moda estão a fomentar um diálogo sem precedentes sobre os princípios da economia circular e inovações colaborativas.

*Texto elaborado por Ana Silva.