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Portugal derrotou o fascismo salazarista no 25 de Abril de 1974

Mesmo que o AV e seus seguidores não gostem, o fascismo Salazarista foi derrotado no dia 25 de Abril de 1974, quando os Capitães e as forças armadas, com o apoio do povo, derrotaram os dirigentes fascistas e os mandaram para o caixote do lixo da história.

Portugal, até então, era um país pobre e atrasado e ainda oprimia os povos de outros países, que foram também libertados, graças à mudança política trazida pelo 25 de Abril.

Muitos dos rapazes novos emigravam clandestinamente para fugir à guerra e outros para fugir da pobreza e à fome que alastrava por todo o país e e por toda a Região. Muitas mulheres ficaram sozinhas a cuidar dos filhos e a esperar que um dia recebessem a “carta de chamada” para se juntar aos seus familiares.

O povo português, no seu todo, só conheceu o novo vocabulário democrático a partir dessa altura. Tudo era uma descoberta. Os trabalhadores passaram a mandar nos seus sindicatos e a alcançar conquistas históricas como o salário mínimo, férias e respetivo subsídio, menos horas de trabalho, subsídio de Natal, etc....

As mulheres, com muita luta e tenacidade, conseguiram que a sociedade começasse a olhar para elas com outros olhos e a palavra igualdade passou a fazer parte das suas vidas. Algumas conquistas foram mesmo históricas, quando aconteceram, incluindo o direito ao planeamento familiar e, mais tarde, o direito ao aborto.

O povo lutou muito pelo direito a uma habitação digna, por transportes públicos acessíveis, por melhores pagamentos para os produtos da terra, e pelo fim da colonia que reinava nesta terra como um resquício da subjugação dos pobres aos senhores do poder do dinheiro.

A conquista do SNS (Serviço Nacional de Saúde) e do SRS (Serviço Regional de Saúde) foram fundamentais para que até hoje tenhamos uma esperança de vida maior. Antes de Abril a mesma era baixíssima, embora a falta de respostas mais céleres e eficazes para não termos listas de espera e falta de medicamentos essenciais, sejam um grave problema que hoje coloca em cheque estas conquistas históricas da nossa democracia. A luta é continuar a exigir respostas e a defender o que foi conquistado.

Pouco a pouco, Portugal começou a mudar. A vida melhorou para os seus habitantes. O problema é que não foi de forma uniforme para toda a gente. Os ricos e poderosos tomaram conta dos sectores mais importantes da economia e os sucessivos governos, ora do PS ora do PSD, ficaram envolvidos nessas teias de poder que levaram a que vários escândalos viessem a público, colocando em causa a falta de transparência dos poderes públicos, que têm defraudado as espectativas de muita gente, que em vez de votar em alternativas sérias, preferem ir atrás de discursos fascistas mesmo que escolhendo incompetentes para os representar.

Também é verdade que as alternativas antifascistas e democráticas, salvo raras exceções, não têm conseguido interpretar este descontentamento, apresentando propostas mais acutilantes com as pessoas adequadas para as defender e representar, deixando assim campo livre para todo o tipo de oportunismos e fascismos de pessoas que, nunca tendo vivido o fascismo, vêm agora defender o Salazarismo ao triplicado.

É bom lembrar e reafirmar que, quem tem eleito as maiorias parlamentares que formam os Governos, são as pessoas que votam. Ainda há pouco tempo, tivemos o exemplo da nossa Região que, depois de vários escândalos, regionais e autárquicos, as mesmas maiorias se mantiveram, eleitas democraticamente.

Temos também o exemplo do partido de AV que elegeu pessoas com mais escândalos e perversões a vários níveis do que todos os outros partidos juntos. Acho que representam muito bem os escândalos do Salazarismo de antes do 25 de Abril.

Está sempre nas mãos das pessoas os destinos do nosso país. Saibamos honrar Abril e não deixar que o tempo volte para trás.