Pensar a cidade

Deslocar-se logo pela manhã, nas longas filas de automóveis, com buzinadelas de alguns mais atrasados ou apressados em demasia… e ainda dos que acordam azedos e mal dormidos!

(Tudo isto ocorre ainda na via rápida?... já com um trânsito caótico, ofegante e moroso nas horas de ponta).

Entramos na cidade e o caos aumenta descomunalmente: são carros particulares de pais que se dirigem para o seu local de trabalho, e que ao mesmo tempo, aproveitam para deixar os filhos nas respectivas escolas - hábito antigo.

Mas, pior, são os rent-a-car conduzidos por estrangeiros, que não conhecem a cidade e que cometem infrações gravíssimas de contramão, não respeitam as linhas contínuas, entre outras coisas mais.

(Penso que a PSP deve estar atenta a todas estas infrações… pois, as regras são para todos!)

São pessoas a pé num corre, corre… que se deslocam em sentidos opostos, para os seus locais de trabalho.

Mais a tirania do relógio para poderem almoçar e voltarem novamente a tempo e horas, de modo não serem “chamadas ao tapete” pelo seu chefe e ficarem com os ouvidos a zumbir…

A febre das lojas, de escritórios, supermercados, restaurantes, cafés, repartições públicas, de eventos/espectáculos - bem como a construção excessiva de apartamentos de luxo, cujo valor é inacessível à maioria da população e ainda de centros comerciais, pavilhões e alojamentos locais que cresceram como cogumelos, entre outras coisas mais… sem que ninguém tenha posto qualquer tipo de travão!

(Tudo isto desfigura por completo a bela baía do Funchal… e a cidade na sua génese, transformando-a numa autêntica muralha de cimento armado! E, praticamente em toda a costa sul, onde impera a construção excessiva e desgarrada - até à sufocação final!)

E, a qualidade de vida dos funchalenses por onde anda? Onde está?

Está cada vez pior - obviamente!

«A Madeira não deve crescer de forma desmesurada no número de turistas.»

(Palavras do Prof. Catedrático da Universidade de Aveiro - Carlos Costa, ao Diário de Notícias da Madeira - edição de 24 de setembro de 2025, especializado nesta área).

Ainda, as discotecas e explanadas, abertas até altas horas da noite, mais uma certa vadiagem noturna que provoca um ruído ensurdecedor, onde os moradores mais próximos têm de ter sono pesado ou tomarem um “xanax” bem forte, para conseguirem pernoitar.

(A CMF - já tomou algumas medidas, no sentido de reduzir o numero de horas noturnas de funcionamento das esplanadas, bares e discotecas. A ver vamos se é suficiente?...)

Mais, a vida difícil de alguns pais que, muitas vezes não chegam falar com os filhos porque, chegam tarde a casa e no dia seguinte têm de partir cedo.

- Enfim, pensar a cidade...

- Ou fugir dela?

Jorge Macedo