“Preso político” e político preso
O que deveria preocupar quem preza a democracia e a liberdade não é se o deputado do Chega Miguel Arruda (MA) é ou “não é propriamente um ladrão de malas“, como diz José Pacheco (JP) líder do Chega nos Açores, já que isso é assunto para a Justiça, mas até que ponto MA, JP, André Ventura, Pedro Pinto e outros deputados do Chega que recorrentemente fazem declarações e tomam atitudes antidemocráticas de cariz fascista, sempre prontos a demonstrar apreço e admiração pela ditadura salazarista do Estado Novo, interagindo com o grupo neonazi 1143 e manifestando solidariedade ao neonazi Mário Machado (MM), preso por crimes de discriminação e incitamento ao ódio e violência, não estão apenas e só a servir-se do nosso regime democrático para tentar destruí-lo com o apoio político e financeiro da extrema direita internacional agora em força nos EUA após a eleição de Trump, quando demonstram publicamente todo o seu apoio e engajamento com os princípios dessa mesma extrema direita antidemocrática e reacionária e manifestam toda a sua hostilidade às forças políticas que defendem a DEMOCRACIA e a LIBERDADE.
A solidariedade de MA ao neonazi MM a quem classifica como “preso político”, que está preso na sequência da investigação, acusação, julgamento com direito à defesa e condenação pelo Tribunal à luz da Lei e da Constituição, pelos crimes que cometeu, algo que não acontecia nem acontece aos verdadeiros presos políticos nos regimes fascistas ditatoriais/autocráticos, como a ditadura do Estado Novo e outras que os deputados do Chega tanto prezam.
Não o neonazi MM não é um “preso político” como afirmou MA na sua deriva antidemocrática, porque todos os seus direitos democráticos como cidadão foram respeitados, ao contrário do que acontece nos regimes antidemocráticos que MA e os deputados do Chega tanto prezam e onde à revelia da Lei se perseguem, torturam, prendem sem julgamento e assassinam cidadãos só porque manifestam desacordo político com os detentores do poder.
É por isso que MA independentemente do desfecho das investigações judiciais em curso e porque vivemos num regime democrático onde se respeitam os direitos, obrigações e liberdades democráticas estipulados na nossa Constituição, nunca seria um “preso político”, quando muito um político preso.
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