O Paulo que é cada vez mais o André

Não sei se é o PS da Madeira que está cada vez mais parecido com o Chega se é Paulo Cafôfo que está cada vez mais parecido com André Ventura. Uma coisa é certa, há cada vez mais parecenças e semelhanças na atuação, no discurso, na demagogia e no populismo.

Como se pôde comprovar nestes dias mais recentes. Primeiro, vai o Chega e quer visitar o Hospital, sem se lembrar – como o recordou oportunamente a sua companheira de partido, Magna Costa – de que tinha de solicitar atempadamente à Assembleia a intenção em visitar a obra, uma vez que uma obra, mesmo que edifício público, não é pública.

Como não pôde (nem o poderia) entrar, fez o “show-off” que se sabe.

Depois, vão os deputados do PS ao Hospital visitar as Urgências no pico das gripes e das infeções, numa altura em que o Hospital está com limites ao internamento nas enfermarias e sem mãos a medir face aos casos que ali chegam.

Pergunta-se. Para quê? Para ajudar? Para propor alguma ideia positiva, alguma solução fidedigna para o problema? Para apelar às pessoas para que não continuem a deixar os seus idosos no Hospital (são já 230 as altas problemáticas)? Para enaltecer o esforço dos médicos e dos enfermeiros que todos os dias dão o seu melhor?

Não, nada disso. O PS foi ali para fazer política. Simplesmente isso. E, como tal, foi numa delegação imensa, à qual não faltou Comunicação Social, para mostrar que as Urgências estavam atoladas. Mas, era preciso ir tanta gente para isso? Era preciso chamar e dar conta à Comunicação Social do evento, quando o próprio SESARAM já o tinha reconhecido e apontado até as causas (uma afluência fora do normal devido às infeções respiratórias e as altas problemáticas)?

O que trouxe de novo o número de folclore político do PS? Nada!

Queriam entrar nas Urgências, sem respeito pela privacidade de quem ali estava (doentes e profissionais de saúde), aos magotes e com as câmaras e máquinas fotográficas apontadas, num desrespeito total pelo sofrimento dos doentes?

Queriam ali entrar, sem quaisquer cautelas ao nível de cuidados de higienização, contribuindo para piorar o estado de saúde de quem ali estava?

Queriam gerar mais caos, levar mais gente para um meio que já estava cheio de pessoas?

Enfim, não seria de esperar outra atitude dos responsáveis do SESARAM que proibir a visita às Urgências. Reveladora do respeito pelos outros, colocando acima de tudo a sua função primeira, que é a de cuidar da Saúde. Não é fazer política, nem entrar em jogos políticos.

O que os deputados do PS quiseram fazer foi campanha com a dor dos outros. É a demagogia e o populismo levados ao extremo.

A parceria com o Chega - a tal que se iniciou quando votaram a favor de uma moção de censura apresentada por André ventura (desculpem, Miguel Castro) - já está a se fazer notar. Nos comentários, nos discursos, na campanha, no populismo e, pelos vistos, também na demagogia.

De facto, como alguém escreveu no DN, quanto mudou Paulo Cafôfo…. Ou se calhar, não mudou. Ele sempre foi assim… escondia-o era muito bem! Atrás do sorriso permanente….

Já agora, um conselho: a cópia nunca é tão boa como o original. Ainda por cima, quando se fotocopia não só o André como o Castro….

Ângelo da Silva