A deceção
As aparências e o descartável prevalecem sobre os valores profundos e duradouros. Confunde-se o virtual com o real e faz-se disso a Verdade: a única possível
“A Sociedade da Deceção” é um livro de Gilles Lipovetsky e trata não tanto da sociedade, mas do conceito de deceção. Refere-se a uma “fé inabalável no caminho irreversível e contínuo para uma idade de ouro prometida pela dinâmica da ciência e técnica, da razão ou da revolução” (p.31).
O filósofo faz uma análise crítica das dinâmicas sociais e culturais contemporâneas, onde a busca incessante pelo prazer e pela satisfação imediata parece dominar. Não sei se vivemos numa era marcada pela superficialidade onde tudo é transitório, se pelo espetáculo circense ou se pela comédia barata. Mas é mais ou menos evidente que o consumo do pensamento fácil se tornou uma ferramenta central de controle social, em particular, por uma espécie de liderança política.