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Que raio de país é este?

Que cada um vote o melhor que puder e souber, mas, sempre de acordo com a sua consciência...! E que Deus Nosso Senhor nos ajude!

Há algum tempo, tinha escrito o que era suposto ser o meu artigo de Fevereiro, com o título VISÃO E ESTRATÉGIA; mas, hoje o mundo muda a uma velocidade estonteante e imprevisível e, o que estava escrito perdeu algum interesse e oportunidade. 

E uma Quarta-feira pode trazer um "tsunami" inesperado e decisivo. Destino, o lixo.

As próximas eleições nacionais e agora possivelmente regionais, perante os acontecimentos recentes, serão uma realidade completamente diferente e claro, a visão e estratégia terão de obedecer a outros cenários e contextos. Simples!

Tenho o maior respeito pelo jornalismo e por quem exerce profissionalmente essa actividade! E numa terra pequena como a Madeira, com uma idiossincrasia muito própria e com as suas interdependências, ainda aumenta o desafio e as dificuldades. Podem crer que sei do que falo.

Mas,

Como em todas as profissões há bom e mau. E vou dar 2 exemplos, um de cada, que ajudarão a sustentar e perceber o meu raciocínio e afirmação.

No dia em que o ex-Presidente da Câmara do Funchal embarcou para Lisboa detido, uma jornalista da CM TV que fazia reportagem em directo, já agora, uma das que mesmo antes da chegada dos operacionais da Judiciária, já estava no seu posto de trabalho (onde fica o segredo de Justiça e a presunção de inocência? Antes, violar o segredo de Justiça era crime, agora se calhar já não é...), afirmava "zangada" com o mundo: -... Isto aqui na Madeira, é assim, taparam as varandas de acesso à pista, para não permitir ver o detido algemado... 

Que tristeza e miséria humana, digo eu...!

Parafraseando o Dr. Miguel Silva Gouveia, que disse - não se deve fazer aos outros, aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós..., acrescentaria, felizmente, "aqui na Madeira" ainda há quem pense assim, se preocupe com os outros e eu e muita gente, orgulhamo-nos disso.

A 28 de Janeiro li no Observador um excelente e oportuno artigo da jornalista Helena Matos, de quem sou apreciador, com o título "E no fim a justiça ficou com o que era da política" e vou transcrever um excerto do mesmo:

  • ... "É uma democracia que funciona. É uma democracia que funciona." - repetia Marcelo Rebelo de Sousa à jornalista que o interrogava sobre as crises políticas que o país vive. Enquanto escrevo esta crónica, Portugal tem um primeiro-ministro demissionário a ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça e vários membros do seu governo/equipa também a serem investigados. O agora demissionário presidente do Governo Regional da Madeira foi constituído arguido. O também demissionário presidente da Câmara Municipal do Funchal foi detido para interrogatório. O Presidente da República não consegue dar explicações convincentes sobre o uso do seu nome e influência no chamado caso das gémeas. O líder da oposição é objecto de um inquérito sobre os benefícios fiscais atribuídos à sua casa em Espinho. Um antigo primeiro-ministro socialista está acusado de 22 crimes três dos quais de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal sem que o PS tenha até agora reflectido sobre esse período recente da sua e da nossa história.

É isto uma democracia a funcionar? Não, isto não é a democracia a funcionar. É sim um modo perigoso de funcionar na democracia. A política ficou sem nada e o país ficou a braços com um manto de decadência"... 

Mais à frente e vou continuar a citar:

  • ... A emergência de que não se fala: a violência nas escolas - "Aluno de 11 anos sodomizado por 8 colegas em escola de Vimioso na presença de uma funcionária" - A cada linha das notícias sobre este caso surge mais uma questão. A primeira e óbvia: porque não interveio a funcionária? Mas há mais: como conseguem oito jovens com idades entre os 13 e os 16 anos agredir desta forma um colega (e irmão (?) de um dos agressores) sem que ninguém mais, além da funcionária que "nada fez", perceba que algo de anormal está a ter lugar...

Tive de ler várias vezes esta última transcrição. Nem consigo precisar e descrever o que me choca mais. Se a cobardia e "ausência" da funcionária, se a participação nesta tragédia do "irmão"?

Vou finalizar deixando 2 questões, que também me fiz:

  1. Será que esta decadência nos princípios e valores, de quem é suposto nos governar e conduzir, reflecte-se nas escolas, neste refugo ou "lixo" que a sociedade está a produzir?
  2. Quando se aproxima o "entardecer" da minha vida, quando alguns, tecem tantas loas aos 50 anos do 25 de abril, será "que é isto" que este país tem para oferecer aos nossos filhos e netos?

Que cada um vote o melhor que puder e souber, mas, sempre de acordo com a sua consciência...! E que Deus Nosso Senhor nos ajude! 

É o que nos resta e esperemos que sirva para alguma coisa, antes..., a Esperança era a última coisa a morrer...! Agora, infelizmente, parece que nem isso...!

Vi que quem se atreve “a pensar diferente”, corre o risco de ser apupado… Não me importo; mas, como algumas vezes dei o meu voto ao PPD, deixem-me que lhes diga: - Deveria ser uma grande preocupação para os seus militantes verem que aos 81 anos, ainda quem tem mais clareza e visão é o Dr. Alberto João.

Sabem porquê? É porque a Visão e Estratégia não têm idade! Ou se tem ou…! É uma pena!