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Sobe para 14 o número de mortos pelo mau tempo na Turquia, Grécia e Bulgária

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Foto DR

Pelo menos 14 pessoas morreram desde segunda-feira devido às cheias e tempestades que atingiram a Turquia, Bulgária e Grécia, com regiões destes países a serem afetadas com tanta precipitação como num ano, divulgaram hoje as autoridades.

Na Turquia, de acordo com o último relatório, pelo menos sete pessoas morreram na madrugada de terça-feira, incluindo duas em Istambul.

Uma pessoa continua desaparecida na província de Kirklareli, no noroeste.

O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, apontou ainda para a existência de 31 feridos, incluindo oito ainda hospitalizados em Istambul, onde as ruas foram transformadas em rios.

Uma estação de metro ficou parcialmente inundada e dezenas de pessoas tiveram que ser retiradas de uma biblioteca municipal, segundo vários meios de comunicação nacionais.

As chuvas seguem-se a um verão particularmente seco, que viu os reservatórios de água nesta cidade de 16 milhões de habitantes caírem para o nível mais baixo em nove anos.

Na vizinha Bulgária, onde a chuva também parou ao meio-dia de quarta-feira (10 horas em Lisboa), pelo menos quatro pessoas morreram na costa do mar Negro na terça-feira, enquanto milhares de turistas foram afetados.

Um trabalhador de 61 anos morreu afogado e o corpo de outro homem de 51 anos foi encontrado.

Os corpos de duas mulheres -- a presidente do tribunal regional, de 54 anos, e a sua filha médica, de 30 anos -- foram posteriormente recuperados. Estas vítimas estavam a atravessar uma ponte na sua viatura quando esta foi arrastada pela corrente de um rio.

O equivalente a vários meses de chuva caiu em 24 horas, algo inédito desde 1994, segundo o responsável das equipas de resgate, Alexandar Djartov.

Na Grécia, que faz fronteira com a Turquia e a Bulgária, a tempestade, que recebeu o nome de "Daniel", matou três pessoas desde a madrugada de segunda-feira.

A Proteção Civil grega alertou que as chuvas torrenciais continuariam hoje, antes de diminuir na quinta-feira.

"Este é o fenómeno mais extremo em termos de quantidade de água que caiu no espaço de 24 horas desde que a Grécia tem registo sobre o tema", frisou o ministro da Proteção Civil, Vassilis Kikilias, na terça-feira.

As chuvas torrenciais afetaram principalmente o departamento de Magnésia (centro) e a sua capital, a cidade portuária de Volos, a 331 quilómetros a norte de Atenas.

Uma mulher de 87 anos que estava desaparecida desde terça-feira "foi encontrada morta na aldeia de Paltsi", adiantou hoje Yannis Artopios, porta-voz dos bombeiros, à televisão Ert na quarta-feira.

Outra pessoa foi encontrada morta no departamento de Karditsa, também afetada como a de Trikala.

Na terça-feira, um homem de 51 anos arrastado por uma enchente foi encontrado morto perto de Volos.

Prédios e ruas em Volos e aldeias vizinhas foram inundados por rios que transbordaram e criaram correntes.

Volos está sem eletricidade desde a noite de terça-feira e nas aldeias perto do Monte Pelion muitos edifícios e ruas foram gravemente danificados por inundações e deslizamentos de terra, constatou um jornalista da agência France-Presse (AFP) no local.

Esta tempestade surge depois de incêndios devastadores deste verão na Grécia, que causaram pelo menos 26 mortes, um dos quais, descrito como "o maior alguma vez registado" na União Europeia, devastou o parque nacional Dadia em Evros (Norte) durante duas semanas em agosto.