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PR moçambicano quer reforçar cooperação para travar crimes em alto-mar

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O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, manifestou hoje a intenção de reforçar a cooperação com entidades internacionais para travar a pesca ilegal e outros crimes que ocorrem em alto mar.

"Haverá seguimento [dos contactos que têm sido feitos com diferentes países e entidades] para percebermos como contornar esta pesca ilegal e as pessoas que usam as nossas águas para cometer alguns crimes", declarou Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava na base aérea, momentos após aterrar em Maputo, no balanço da visita que realizou, na última semana, aos Estados Unidos.

Entre os diferentes encontros que manteve nos Estados Unidos, os temas do combate a pirataria marítima e ao terrorismo estiveram entre os principais e, segundo o chefe de Estado, a intenção é reforçar a cooperação com as diferentes entidades para enfrentar estes desafios.

"Eu estive no Pentágono e uma das coisas que vimos foi a questão da fiscalização do mar. [...] Estivemos em encontros para trocar impressões e temos estado a trabalhar com os Estados Unidos. [...] Não só eles, também com a França e Portugal", avançou Filipe Nyusi, destacando uma visita de trabalho positiva e prometendo dar continuidade aos contactos feitos nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, o Governo moçambicano assinou, no Capitólio, em Washington, com a Millennium Challenge Corporation (MCC), o segundo compacto de financiamento, de 500 milhões de dólares, na presença do chefe de Estado, Filipe Nyusi.

Um dos momentos altos da visita de Filipe Nyusi aos Estados Unidos foi a sua intervenção na 78.ª sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde afirmou que o apoio que Moçambique está a receber, de forças africanas, no combate ao terrorismo, é um exemplo de como África pode resolver os seus problemas.

"Esta experiência pioneira de combinação de intervenção bilateral e multilateral é também exemplo de resolução de problemas africanos, antes por próprios africanos. Contudo, a questão que se coloca é a necessidade de apoio substancial a estes países que de forma direta e interventiva combatem connosco o terrorismo em Moçambique, de modo a tornar sustentáveis as operações ainda em curso", disse Filipe Nyusi.

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

No terreno, em Cabo Delgado, combatem o terrorismo -- em ataques que se verificam desde outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projetos de produção de gás natural na região - as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu "mais de 2.000" vítimas mortais.