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Justiça indiana acusa autoridades de fazerem "limpeza étnica" no norte do país

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A Justiça indiana acusou hoje as autoridades do Estado de Haryana, no norte do país, de realizarem uma "limpeza étnica", com a demolição de centenas de habitações em bairros de maioria muçulmana, como "medida de punição" após confrontos religiosos.

Os responsáveis do Estado de Haryana, governado pelos nacionalistas hindus, referiram que a medida foi uma resposta ao aumento da violência, na sequência de confrontos religiosos na semana passada entre cidadãos hindus e muçulmanos.

No entanto, um tribunal regional alertou para as consequências e apontou que os cidadãos afetados por estas medidas são principalmente muçulmanos, enquanto os hindus dificilmente sofreram consequências, apesar de também estarem envolvidos.

O tribunal pediu assim o fim imediato da demolição de casas e estabelecimentos comerciais, que começou há quatro dias e que se concentra no distrito de Nuh.

As autoridades podem ser acusadas de "tratamento arbitrário" contra a população, que não foi previamente notificada destas ações.

De acordo com a polícia indiana, os confrontos começaram na semana passada, quando grupos hindus afiliados ao Partido do Povo Indiano (conservador nacionalista), do primeiro-ministro Narendra Modi, realizaram uma procissão numa área de maioria muçulmana.

A violência, que resultou em pelo menos cinco mortos, acabou por se espalhar pelos arredores, como na cidade de Gurugram, nos arredores de Nova Deli, embora tenha sido reprimida pouco tempo depois.

Os partidos de oposição acusaram os líderes locais de organizações nacionalistas hindus de aumentar as tensões com os muçulmanos, que representam mais de 14 por cento dos quase 1.400 milhões de indianos, de maioria hindu.