Madeira

“Está a tornar-se anedótico o que se diz e escreve sobre os valores da banana”

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“Continua a ser lamentável a falta de seriedade demostrada por estes senhores, que insistem em falsidades e em teorias rocambolescas, típicas de quem não sabe o que diz, muito menos se preparam para os desafios futuros, mantendo-se presos a um triste passado, do qual a esmagadora maioria dos produtores, felizmente não se revê”, reage a GESBA – Empresa de Gestão do Sector da Banana - relativamente à notícia publicada este domingo pelo DIÁRIO, que dá conta do ‘ataque’ da ABAMA a aquela entidade.

No encontro de bananicultores que decorreu, no domingo, na Madalena do Mar, foi demonstrado desagrado pelo “rosário de traições aos produtores de banana” por parte da GESBA, onde segundo a ABAMA, no primeiro ano completo de actividade (2009) “a GESBA comercializou 13.952 toneladas e recebeu, de ajuda da UE, 8,1 milhões de euros (0,58 €/Kg)”, recorda, acrescentando e anexando um documento, onde pretendem provar que os produtores receberam "0,67 €/kg pela banana extra; 0,58 €/kg pela de primeira (1ª) e 0,467 €/kg pela de segunda (2ª)".

Nas contas dos dirigentes da ABAMA, “se descontarmos os 0,58 €/kg do subsídio, verificamos que os produtores, como resultado da venda, receberam 0,09 €/kg pela banana extra, zero pela de 1ª, e, pela de 2ª, só uma parte do subsídio foi entregue, tendo, aparentemente, a Gesba se apropriado de 0,113 €/kg”. 

A GESBA reage afirmando que “está a tornar-se anedótico o que se diz e escreve sobre os valores da banana. Estão perdidos no tempo e nas contas, próprios dos que não tentam ou não querem saber”. 

A ABAMA acusa que a concepção da GESBA assentou num "acto de traição", pois "quando o governo de então soube que a União Europeia (UE) ia subsidiar a banana da Madeira com mais de 8 milhões de euros, foi argumentado que as cooperativas estavam insolúveis, assustaram os produtores, para depois o alegado salvador assegurar os seus votos".

Percebe-se que vivem num mundo a parte, quando pegam no preço de mercado aplicado ao consumidor final e perguntam para onde vai todo o dinheiro. Por terem alguma formação que não financeira, só se explica por vir de alguém que nunca soube o custo do trabalho e a cadeia de valor dos produtos, que apenas se limitam a passar uma mensagem errada aos bananicultores, os quais, felizmente, já não têm pejo em afirmar que estes senhores não sabem, nem querem fazer contas, apenas aparecem com intuito de dizer mal, como sempre, sem nunca contribuir com propostas honestas e em prol do sector. GESBA - Empresa da Banana da Madeira.

A empresa pública esclarece que “estas posições chegam-nos de simples produtores, que toda a vida se dedicaram ao cultivo da banana e que bem sabem o que custava não receber a tempo e horas ou a forma como eram enganados no passado”, explica a GESBA, acrescentando que “todos, mas rigorosamente todos, fazem parte da GESBA” e recebem a “tempo e horas”.

Hoje, todos, todos, mas rigorosamente todos, fazem parte da Gesba; todos, todos mas rigorosamente todos recebem a tempo e horas; todos, todos mas rigorosamente todos, recebem mais; todos, todos mas rigorosamente todos são bem recebidos e apoiados. GESBA - Empresa da Banana da Madeira.

“A base de trabalho e as regras da instituição Gesba são claras e transparentes, para todos, todos mas rigorosamente todos, sem exceção, mesmo para aqueles que insistem na mentira e na maledicência”, reage.

A ABAMA aponta ainda que "este ano a produção seja um pouco superior à do ano passado, isto é, cerca de 23.500 toneladas. O valor médio de venda ao público irá rondar os 2,47 €/Kg. Assim, a venda da banana irá originar uma receita por volta dos 58 milhões de euros. Tendo em conta a actual tabela de preços e os quantitativos por categoria, os produtores irão receber cerca de 9 milhões de euros. Senhor presidente do governo, quando for pedir o voto aos produtores por favor explique onde vão parar os restantes 49 milhões de euros". 

Já relativamente a esta situação a GESBA esclarece que “há um evidente crescimento, consubstanciado em balanços económicos e financeiros auditados, que só não vê quem não quer e que cumprem com premissas invioláveis, como o pagamento a tempo e horas, o efetivo aumento de preços e, por consequência, aumento do rendimento aos produtores”.

Sobe a alegada traição, a Empresa de Banana da Madeira refere que a concessão da GESBA “não assentou num acto de traição aos produtores, foi constituída para salvar o sector das mãos daqueles que, eternamente condenados ao passado, continuam a lançar veneno de forma doentia e estranhamente desonesta”.

Por fim, a empresa pública afirma que “continuará o seu caminho, com mais um recorde de produção em perspetiva, sempre em prol do sector e sempre na defesa e ao lado de todos, todos mas rigorosamente todos os produtores, mesmo daqueles que não querem ver”.