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O que vem de fora é que é bom

Nesta edição do Rali Vinho Madeira de 2023 temos as condições reunidas para o tira teimas de uma cultura muito nossa de que o que vem de fora é que é bom, desvalorizando, muitas vezes de forma injusta e deselegante, quem neste caso, ganha e luta pela vitória ao segundo.

Facto é, que temos das melhores listas de inscritos dos últimos anos, mas na minha opinião, o número de participantes (85) parece-me excessivo, não só pelo fator segurança que tem sido fulcral, mas também porque torna os tempos de espera muito longos.

Não esquecer que, os adeptos de rali, aqueles que acompanham realmente a modalidade e estão ali apenas pela componente festiva têm vindo a ser penalizados pelos excessos e falta de bom senso de muitas pessoas que estão junto à estrada.

Mas, voltando à lista de inscritos, a verdade é que temos um lote de luxo, inclusive temos um piloto oficial do mundial, Na partida do RVM deste ano, temos Kris Meeke, que pela terceira vez vem à madeira numa equipa oficial, vamos lá ver o que vem fazer este ano (…)

Outros nomes que devo referir é o do Basso, um forte conhecedor do nosso traçado, que já ganhou várias vezes e vem com sede de vitória. Além deste querer vencer, Basso vem também integrado numa equipa muito conhecedora do nosso rally, a Delta Rallys, que inclusive já ganhou o RVM pelas mãos do Alexandre Camacho na altura de Peugeot e contra o Basso de Hyundai, tendo o título sido disputado até à última PEC, e por último o Campedelli que tão boa conta de si deu o ano passado.

Quanto ao lote de continentais, temos o Zé Pedro Fontes, Miguel Correia, Armindo Araújo, Ricardo Teodósio e companhia, que no meu entender, apesar da boa performance que apresentam, ficaram muito longe do alucinante andamento do Alexandre Camacho e do Miguel Nunes, que, se estivermos em condições normais, um deles vencerá este rali. Face aos últimos excelentes resultados, fruto do grande trabalho da equipa ARC, penso até que a dupla Alex e Pedro está em vantagens.

Uma palavra final às outras classes, nomeadamente as duas rodas motrizes, que acredito que serão animadas, com o João Silva e João Paulo a marcar passo em relação a concorrência. Alguma curiosidade também para ver o andamento da dupla Victor Sá e Victor Calado, lamentar ausência de Rui Jorge Fernandes e João Freitas e de salutar o regresso do carismático Pedro Mendes Gomes e João Sousa.

Desejo a todos uma boa prova e alerto para que assistam sempre o rali em segurança, longe do perigo, mas sempre perto da emoção desta fantástica modalidade que todos nós adoramos.