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Tensão entre russos e checos sobe com troca de acusações

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Moscovo e Praga trocaram hoje várias acusações, no que parece ser uma subida de tom nas tensões entre a Federação Russa e a República Checa.

"Problemas crónicos da Chéquia: não sequestramos crianças, não bombardeamos hospitais, não invadimos os nossos vizinhos", escreveu hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Checa na sua conta oficial na rede social Twitter.

"Saiam da Ucrânia", concluiu o sucinto texto, publicou pouco depois de ter sido difundido na rede social Telegram um artigo em que o presidente russo, Vladimir Putin, acusa este Estado da Europa Central de seguir um "rumo russo-fóbico" e de não fazer nada contra os seus "problemas crónicos".

Segundo o texto, "organizações que supervisionam os direitos humanos registaram a prevalência de ideias racistas e preconceituosas, crimes motivados pela raça, ataques à propriedade, ameaças a muçulmanos, ciganos e judeus".

Ainda segundo Putin, "a russo-fobia mostra-se, com frequência, em formas agressivas de 'guerra' contra monumentos aos soldados soviéticos, assim como na legitimação dos cúmplices nazis".

O presidente russo acrescentou ainda que lamenta que a República Checa, em vez de resolver os seus problemas internos, se dedique a promover "ações de política externa destrutivas".

Nos últimos anos, os checos reviram as relações diplomáticas com os russos e desmantelaram a extensa rede de pessoal acreditado na embaixada, herança do regime totalitário anterior a 1989, grande parte do qual trabalhava para vos serviços de informações.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, as autoridades da cidade de Praga mudaram total ou parcialmente o nome de várias ruas, batizando-as em honra aos ucranianos.

Por exemplo, "Dos heróis ucranianos" é o nome da rua em que se situa o consulado russo em Praga.