Alterações Climáticas Mundo

G20 sem acordo sobre calendário de redução dos combustíveis fósseis

Ministros da Energia estiveram em representação dos líderes das maiores economias mundiais. Na foto, os presidentes da China, Xi Jinping, e dos EUA, Joe Biden.  Foto SAUL LOEB/AFP
Ministros da Energia estiveram em representação dos líderes das maiores economias mundiais. Na foto, os presidentes da China, Xi Jinping, e dos EUA, Joe Biden.  Foto SAUL LOEB/AFP

Os ministros da Energia dos países do G20 reuniram-se hoje na Índia sem chegar a acordo sobre um calendário que permita reduzir progressivamente o recurso aos combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão).

Justificando o impasse, a Índia, que preside ao G20 (19 maiores economias do mundo e a União Europeia) até novembro, explicou que alguns dos membros queriam "uma redução contínua dos combustíveis fósseis" e não apoiada em dispositivos de captura ou armazenamento de carbono "de acordo com as diferentes circunstâncias nacionais".

Outros membros do G20, segundo a presidência indiana, "têm uma opinião diferente sobre o facto de as tecnologias de captura e armazenamento de carbono responderem a essas necessidades".

No final, a declaração do encontro em Goa não menciona sequer o carvão, um dos grandes contribuintes para o aquecimento do planeta, mas também uma das principais fontes de energia para países como a Índia, o mais populoso do mundo, e a China, segunda economia mundial.

A falta de acordo no seio do G20 acontece dois meses depois de os líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) terem manifestado a vontade de acelerar o abandono dos combustíveis fósseis.

Uma coligação de 18 países liderada pelas Ilhas Marshall reclamou na sexta-feira "uma saída urgente dos combustíveis fósseis".

Contudo, muitos países em desenvolvimento consideram que os países ricos, os maiores poluidores, devem financiar mais a transição energética.