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Estudo sugere que resposta à crise inflacionária passa por aumentos salariais

Foto Shutterstock
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A prioridade na resposta à crise da inflação deve passar por aumentos salariais que protejam o poder de compra dos cidadãos, que têm sido os mais prejudicados, segundo um estudo divulgado hoje.

No estudo "a inflação pós-pandémica: reflexões a partir da economia portuguesa", publicado no Caderno do Observatório sobre Crises e Alternativas, os autores Diogo Martins e Vicente Ferreira defendem que o atual principal problema "não é a inflação em si, mas sim a crise do custo de vida que resulta da compressão dos salários reais".

Neste sentido, criticam a resposta dos bancos centrais -- que para controlar a inflação têm subido das taxas de juro depois de anos em mínimos históricos -- e defendem que "uma resposta progressista deve focar-se na crise do custo de vida".

"A subida das taxas de juro não constitui uma resposta adequada ao processo inflacionário e arrisca-se a acentuar as fragilidades estruturais da economia portuguesa", pode ler-se.

Os autores consideram que "a prioridade deve passar pela promoção (em vez da restrição) de aumentos salariais que permitam proteger o poder de compra dos trabalhadores e por um reforço do poder relativo do fator trabalho, através de medidas de promoção da negociação coletiva e da organização laboral".

"Esta estratégia deve incluir também outras medidas de combate às desigualdades que a inflação agravou, com destaque para a tributação dos lucros extraordinários das empresas ou a limitação das margens de lucro", acrescentam.

Os autores defendem ainda que, "face ao choque provocado pela subida acentuada dos preços de matérias-primas essenciais como os bens energéticos, a manutenção -- e, em alguns setores, o aumento -- das margens de lucro e o crescimento muito modesto dos salários nominais traduziram-se numa alteração da distribuição funcional do rendimento em favor dos detentores de capital e em detrimento dos trabalhadores".

"Nesse sentido, a inflação tem afetado particularmente os grupos sociais com menores rendimentos", assinalam, acrescentando, contudo, que "é importante ter em conta que esse não é um dado adquirido ou um resultado inevitável da subida do nível geral de preços, mas antes o resultado do reduzido poder reivindicativo dos trabalhadores e da ausência de medidas de reforço da sua posição".

A prioridade na resposta à crise da inflação deve passar por aumentos salariais que protejam o poder de compra dos cidadãos, que têm sido os mais prejudicados, segundo um estudo divulgado hoje.

No estudo "a inflação pós-pandémica: reflexões a partir da economia portuguesa", publicado no Caderno do Observatório sobre Crises e Alternativas, os autores Diogo Martins e Vicente Ferreira defendem que o atual principal problema "não é a inflação em si, mas sim a crise do custo de vida que resulta da compressão dos salários reais".

Neste sentido, criticam a resposta dos bancos centrais -- que para controlar a inflação têm subido das taxas de juro depois de anos em mínimos históricos -- e defendem que "uma resposta progressista deve focar-se na crise do custo de vida".

"A subida das taxas de juro não constitui uma resposta adequada ao processo inflacionário e arrisca-se a acentuar as fragilidades estruturais da economia portuguesa", pode ler-se.

Os autores consideram que "a prioridade deve passar pela promoção (em vez da restrição) de aumentos salariais que permitam proteger o poder de compra dos trabalhadores e por um reforço do poder relativo do fator trabalho, através de medidas de promoção da negociação coletiva e da organização laboral".

"Esta estratégia deve incluir também outras medidas de combate às desigualdades que a inflação agravou, com destaque para a tributação dos lucros extraordinários das empresas ou a limitação das margens de lucro", acrescentam.

Os autores defendem ainda que, "face ao choque provocado pela subida acentuada dos preços de matérias-primas essenciais como os bens energéticos, a manutenção -- e, em alguns setores, o aumento -- das margens de lucro e o crescimento muito modesto dos salários nominais traduziram-se numa alteração da distribuição funcional do rendimento em favor dos detentores de capital e em detrimento dos trabalhadores".

"Nesse sentido, a inflação tem afetado particularmente os grupos sociais com menores rendimentos", assinalam, acrescentando, contudo, que "é importante ter em conta que esse não é um dado adquirido ou um resultado inevitável da subida do nível geral de preços, mas antes o resultado do reduzido poder reivindicativo dos trabalhadores e da ausência de medidas de reforço da sua posição".