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Bispos pedem eleições presidenciais livres na Venezuela

Foto Erik Gonzalez/Shutterstock.com
Foto Erik Gonzalez/Shutterstock.com

Os bispos venezuelanos pediram hoje que sejam nomeadas rapidamente novas autoridades para o Conselho Nacional Eleitoral, que todos possam participar nas presidenciais de 2024 e que sejam garantidos os resultados das eleições a nível local e internacional.

No documento, a CEV diz que "para que os resultados das eleições de 2024 sejam reconhecidos a nível nacional e internacional é necessário a abertura e atualização" do registo eleitoral, "o reconhecimento da liderança legítima dos partidos políticos, a 'habilitação' (qualificação) de todos os aspirantes, a garantia do voto dos venezuelanos no estrangeiro e uma observação internacional imparcial". "

A CEV apela à participação responsável e consciente da população e "exige", como parte de um projeto comum de país "o pleno exercício das liberdades pessoais e sociais, em particular a liberdade de expressão e a libertação dos presos políticos".

"Na Venezuela, há muitos anos que vivemos uma 'crise de responsabilidade', tanto a nível pessoal como institucional: perante as dificuldades e carências que padecemos, parece que ninguém é responsável e tudo é atribuído a causas alheias, a terceiras pessoas ou nações", explicam.

Também que nos "encontros diários" com a população os bispos constatam "com preocupação a surdez e a desatenção de muitos sectores, sobretudo de quem tem a responsabilidade de dirigir os destinos económicos, políticos e sociais do país, para resolver os muitos problemas que nos afligem, impedindo-nos de viver com dignidade e, uma maioria, em condições desumanas".

A CEV está também preocupada com "a deterioração dos serviços públicos e de saúde, o desmantelamento das indústrias de base, a falta de segurança jurídica, a corrupção administrativa e a impunidade generalizada".

"As limitações à mobilização devido à falta de combustível e de transporte, a deterioração ecológica de vastas áreas, que afeta principalmente os povos indígenas e o controlo que em algumas zonas exercem diversos grupos irregulares armados" são outras preocupações dos bispos.

De igual modo, "a violação dos direitos humanos e políticos que leva consigo a perseguição, a 'inabilitação' (impedimento legal), repressão, tortura e a supressão das liberdades".

Segundo a CEV "a gravíssima crise educativa" se manifesta na deserção escolar e docente, nos baixos salários dos professores e na deterioração das escolas.

Os bispos falam de "um país fraturado, apesar da grande capacidade de superação" que o povo tem demonstrado, e insistem que "um futuro melhor" passa pelo "reencontro de todos os venezuelanos", abertura, valentia e disponibilidade".