O diretor-geral da agência nuclear estatal russa Rosatom, Alexei Likhachev, negou hoje que a Rússia pretenda explodir a central nuclear ucraniana em Zaporizhia e afirmou que apenas "um completo idiota" faria tal coisa.

"Teria que ser um completo idiota para preparar-se para explodir a fábrica quando tem 3.500 funcionários a trabalhar lá todos os dias, e também um número muito considerável de pessoas que vieram de toda a Rússia para ajudar com questões tecnológicas e de segurança", disse num vídeo publicado no Telegram.

O diretor da Rosatom argumentou que a inteligência militar russa expôs os preparativos ucranianos para atacar a central nuclear, uma operação que Kiev tentou esconder atrás de informações com acusações sobre supostas intenções russas de explodir a central.

"A melhor maneira de lidar com ataques de informação, guerra de informação, é mostrar honestamente a situação atual e confirmar esta situação com avaliações independentes", defendeu.

Numa entrevista ao jornalista russo Pavel Zarubin, próximo ao Kremlin, Alexei Likhachov afirmou que as autoridades russas responderam às acusações ucranianas "com palavras e atos", algo confirmado pelos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) nesta instalação.

A Ucrânia tem acusado a Rússia de ter minado a central nuclear de Zaporizhia, controlada pelo Exército russo desde março de 2022, informação desmentida por especialistas da AIEA presentes na central, segundo os quais não há "nenhuma indicação visível" disso.

"Até agora, não viram nenhuma mina ou explosivo", disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.