O presidente do Governo Regional da Madeira, embora satisfeito por ver a taxa de inflação na Região a baixar gradualmente, acha que foi um "desplante" a presidente do Banco Central Europeu (BCE) ter vindo a Portugal defender a redução dos salários para controlo da inflação, isto depois de tantos milhões dos contribuintes para salvar os bancos e dada a demora que o organismo europeu levou a apostar na subida das taxas de juro de referência na Zona Euro.

Inflação na Madeira desce para 7,3%

Em Junho de 2023, na Região Autónoma da Madeira (RAM), "a variação média registada pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) nos últimos doze meses - Total Geral - foi de +7,3%, o que representa uma diminuição de 0,5 pontos percentuais (p.p.) em comparação com o mês anterior", informa a Direcção regional de Estatística.

Miguel Albuquerque falava durante uma visita à empresa Duplipélago, que assinala 45 anos de actividade. "Ela enganou-se redondamente ao afirmar que a inflação iria ser transitória", continuou, lembrando as afirmações de Christine Lagarde quando esteve numa reunião do Conselho de Estado. Mas, apesar dessa crítica, reconhece que a subida das taxas de juro "está a ter o efeito que era esperado, que é reduzir a inflação", um "imposto nocivo, indirecto, que subtrai rendimentos às famílias". 

E acrescentou: "A baixa da inflação é muito bom e é isso que temos assistido neste segundo semestre. Mas acho que devemos fazer o possível no sentido de esta subida das taxas de juro ser acompanhado por um conjunto de medidas para apoiar as famílias cuja taxa de esforço tem sido muito elevada".