Madeira

"Que todos nós sejamos agentes de protecção civil"

Marco Lobato, vogal do Serviço Regional de Protecção Civil reforça apelo aos madeirenses para os cuidados a ter com o tempo quente nestes dias

Marco Lobato é vogal do Conselho Directivo do SRPC, IP-RAM.
Marco Lobato é vogal do Conselho Directivo do SRPC, IP-RAM.

Marco Lobato, vogal do Conselho Directivo do Serviço Regional de Protecção Civil, IP-RAM, esteve hoje no programa 'Bola no Ar', transmitido pela TSF-Madeira, onde deu conta do que está a ser feito para prevenir risco de incêndio florestal dado os avisos amarelo e laranja para tempo quente desde ontem e para os próximos dias.

"Ainda ontem fizemos sair o comunicado técnico operacional para a comunicação social, também orientações à população em geral, o que é que deve ser feito e que tipo de comportamentos é que devem ser evitados durante esta época, durante estas alturas e, essencialmente, eles devem ser evitados durante toda a época do verão, mas, essencialmente, quando estamos perante estados de alerta ou avisos do IPMA, que possam evidenciar a propagação, ou a grande propagação de incêndios", advertiu.

Serviço Regional de Protecção Civil deixa recomendações devido ao tempo quente

Face aos avisos meteorológicos emitidos pelos Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para a Madeira, devido ao tempo quente e seco que vai afectar o arquipélago no início da próxima semana, o Serviço Regional de Protecção Civil deixou hoje algumas recomendações à população.  

"É essencial que as pessoas que se deslocarem para as nossas serras, evitarem fazerem fogueiras", advertiu. Por exemplo, se tiverem que fazer piqueniques que levem já a comida confeccionada de casa, que evitem ao máximo fazer fogueiras nas serras, têm que pensar que, por vezes, basta uma simples faúlha para descontrolar toda uma situação e propagar um grande incêndio, evitar realmente o uso do tabaco dos cigarros e lançar os cigarros". E acrescenta: "Muitas vezes, nem são nas serras, pois as pessoas vão nas suas viaturas, fumam e tiram a beata do cigarro para fora da janela. E o que às vezes parece que é uma coisa inofensiva, mas que não é nada inofensivo, porque poderá, efetivamente, propagar um incêndio, porque, basta que essa beata caia numa zona onde tenha algum mato mais seco, e é suficiente, com estas temperaturas elevadas, para evitar."

Outras situações apontadas por Marco Lobato são as queimadas, pelo que alerta as pessoas que trabalham na agricultura, "que têm os seus terrenos para limpar, devem evitar ao máximo fazer queimadas" e "quando fizerem queimadas, têm que, efetivamente, informar e pedir as licenças às câmaras municipais. É importante batermos nesta tecla, que é uma tecla de sensibilização, em que nós temos tentado chegar à população, cada vez mais conseguimos chegar, mas ainda há uma franja desta população que não adere a estas questões, que é evitarem as queimadas, se tiverem que fazer a queimada para limpar os seus terrenos, queimar os sobrantes, que o façam com as suas vidas de licenças", pediu.

Ainda assim, neste período de vigência do POCIF - Plano Operacional de Combate a Incêndios Florestais, activo desde 1 de Junho até 30 de Novembro, muito dificilmente são passadas essas licenças dado o risco associado, mas quando acontecem os bombeiros são avisados para acompanharem o procedimento, recorda.

"E são estas questões que parecem que são questões de menor importância", disse, mas são de extrema importância e "nós queremos alertar cada vez mais, para que as pessoas se mentalizem que todos e cada um de nós poderemos e deveremos ser verdadeiros agentes de protecção civil".

O oficial da PSP que, antes de assumir o cargo, estava em missão nos Açores, aceitou o desafio para vir trabalhar de perto com a coordenação da protecção civil regional, sendo actualmente o 'n.º 2' desta entidade.

Numa conversa que versou outras áreas como as valências da Protecção Civil, os meios materiais e humanos, a relação com o governo e as autarquias, Marco Lobato também abordou as actividades preparatórias para o Rali Vinho Madeira em Agosto.

Terminou deixando novo alerta: "Estejam sensibilizados para estas matérias das alterações climáticas, para estas questões relacionadas com os avisos meteorológicos. Agora estamos a falar no tempo quente, mas há duas semanas falámos de uma depressão, o 'Óscar', há um mês e meio, dois meses precisamente falávamos também na questão da precipitação nas zonas montanhosas. O apelo que deixo é que as pessoas estejam sensíveis a estas questões da protecção civil, estejam sensíveis a estas questões dos avisos meteorológicos no sentido de apoiarem a protecção civil nas suas missões, para que seja realmente uma intervenção eficaz, assertiva a todos os níveis. Ou seja, uma palavra final será, que todos nós sejamos agentes de protecção civil."