Santa Cruz critica "falta de empatia social" do GR
Executivo municipal liderado pelo JPP defende que o apoio à aquisição dos manuais escolares seja concedido às autarquias
A Câmara Municipal de Santa Cruz não aprova o actual procedimento do apoio à aquisição de manuais escolares concedido pelo Governo Regional da Madeira. Executivo municipal liderado pelo JPP acusa o executivo madeirense de "falta de empatia social" e defende que a ajuda financeira para a compra do material de estudo seja concedida às autarquias, que devem ficar incumbidas da posterior distribuição pelos encarregados de educação.
Em nota emitida, o município presidido por Filipe Sousa dá conta que tem sido contactado "por várias famílias sobre a forma como este ano o Governo Regional fará o apoio aos manuais escolares do primeiro ciclo, obrigando as famílias, de qualquer escalão, a adiantarem a compra e só depois receberem o apoio mediante apresentação das facturas".
Entendemos que este modelo não cumpre a sua função social, na medida em que as famílias, já a braços com uma inflação e taxas de juro galopantes, têm muita dificuldade em acrescentar mais este gasto aos seus parcos recursos, quer se esteja a falar dos escalões mais baixos, quer da classe média. Lamentamos que a solução encontrada não seja a mais justa, nem eficaz, na exata medida em que não desobriga as famílias de mais este gasto em início de ano lectivo. CMSC
Em anos posteriores, o apoio era concedido com a entrega directa de livros por algumas autarquias, inclusive a de Santa Cruz.
"As famílias que nos contactaram estão bastante apreensivas com mais este gasto com o qual não contavam. Alguns dos pais estão mesmos bastante preocupados, porque com o aumento generalizado dos preços e com o aumento das prestações aos bancos com o crédito a habitação, temem não ter liquidez para fazer face a mais esta obrigação, já que têm de ter disponível as quantias para só depois serem ressarcidos em forma de apoio financeiro pelo Governo Regional", expõe a Câmara Municipal de Santa Cruz.
Lamentamos que se avance com estas alterações nos moldes em que elas estão a ser divulgadas pelas escolas aos encarregados de educação, pois consideramos que as mesmas são reveladoras de uma falta de empatia social para com o momento difícil que as famílias atravessam, para além de revelarem desconhecimento para com a realidade de muitos madeirenses. Deste modo, lançamos o repto ao Governo Regional de que se em causa está alguma dificuldade no procedimento de aquisição dos manuais, que transfiram para as autarquias o respetivo envelope financeiro, ficando estas com a incumbência de adquirirem os manuais e os distribuírem pelas escolas da sua área concelhia. Gostaríamos de fazer parte da solução de um problema que sabemos que terá impacto muito negativo nos orçamentos familiares. CMSC
