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Pelo menos 120 mortos e mais de 850 feridos no acidente ferroviário na Índia

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Pelo menos 120 pessoas morreram e mais de 850 ficaram feridas, segundo o mais recente balanço do acidente ferroviário que envolveu hoje três comboios, dois de passageiros, no leste da Índia.

O acidente, de acordo com o relato das agências internacionais de notícias, ocorreu às 19:30 locais (13:50 em Lisboa), perto de uma estação na localidade de Bahanaga, a 1.600 quilómetros a nordeste da capital Nova Deli.

Imagens transmitidas pelas estações televisivas mostram carruagens completamente destruídas e amontoados de metal no local da tragédia.

Amitabh Sharma, diretor da Indian Railways, referiu à agência France-Presse (AFP) que dois comboios de passageiros estiveram "ativamente envolvidos no acidente".

O terceiro, um comboio de carga, que estava estacionado no local onde ocorreu a tragédia, também foi envolvido no acidente, acrescentou a mesma fonte sem dar mais detalhes.

"Na última contagem, temos mais de 120 mortos e esse número está a aumentar porque há muitos feridos graves, com ferimentos na cabeça", explicou à AFP Sudhanshu Sarangi, diretor-geral dos serviços de emergência do Estado de Odisha.

Um alto representante do governo regional, Pradeep Jena, sublinhou, por sua vez, à AFP que "cerca de 850 pessoas estão internadas em hospitais".

Muitos passageiros também podem ter ficado presos sob os escombros de metal e as autoridades temem que o número de mortos seja superior.

Um dos sobreviventes contou aos jornalistas que estava a dormir quando ocorreu o desastre e que, quando acordou, estava por cima de uma dúzia de outros passageiros.

Já o médico Anil Kumar Mohanty, que trabalha em Balasore, estimou à AFP que "as operações de resgate devem continuar pelo menos até sábado de manhã".

"Da nossa parte, preparamos todos os grandes hospitais públicos e privados, desde o local do acidente até à capital do estado, para atender os feridos", explicou também SK Panda, um porta-voz das autoridades regionais.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, manifestou através das redes sociais estar "angustiado" com a tragédia.

O ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, já anunciou que se irá deslocar ao local do desastre, garantindo que "a Força Aérea" também está "mobilizada".

A Índia registou no passado outros desastres ferroviários, embora a segurança tenha melhorado significativamente nos últimos anos, graças a novos investimentos maciços e atualizações tecnológicas.

Este país tem a quarta maior rede ferroviária, a seguir aos Estados Unidos, Rússia e China, com cerca de 68 mil quilómetros, mais de 21 mil comboios e 7.349 estações, transportando diariamente 23 milhões de passageiros.

O acidente ferroviário mais mortal neste país é o de 06 de junho de 1981 quando, no Estado de Bihar (leste), sete carruagem de um comboio que atravessava uma ponte caíram num rio, o que causou entre 800 e 1.000 mortos.

O acidente de hoje é o pior ocorrido em caminhos-de-ferro da Índia desde que um comboio abalroou fiéis reunidos num festival hindu no Estado de Punjab, no norte, em 19 de outubro de 2018, resultando em 60 mortos e 90 feridos.

Desde o início do século, treze acidentes ferroviários, incluindo pelo menos três causados por ataques, causaram cada um mais de 50 mortes.