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Lula da Silva diz que fará reforma agrária sem guerra ou invasões de terras

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O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje que no seu Governo não é preciso invadir terras, que será feita uma reforma agrária e que serão promovidas pequenas e médias propriedades através de apoios de programas governamentais.

"É simples. Não precisa de barulho, não precisa de guerra. É preciso ter qualificação e capacidade de emprego", disse Lula da Silva numa transmissão ao vivo.

O chefe de Estado acrescentou que tem feito pontes entre grandes produtores e pequenos e médios, a quem prometeu apoio enquanto continua com a reforma agrária.

"Vamos fortalecer a pequena e média propriedade, o agronegócio, vamos continuar com a reforma agrária porque onde precisar a gente vai estar lá", acrescentou o Presidente brasileiro, que pediu para se seguirem as vias legais para assumir o controlo de terras improdutivas.

Por outro lado, Lula da Silva afirmou que, do ponto de vista económico, o seu Governo "não tem nenhum problema" com o agronegócio, embora tenha reconhecido que pode haver divergências do ponto de vista ideológico, pelo que pediu "paciência" para que as partes possam trabalhar.

Após uma série de invasões ocorridas há alguns meses pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Governo brasileiro tem procurado acomodar as exigências de uma das suas principais bases de apoio e ao mesmo tempo não desagradar ao setor do agronegócio, com forte presença no Congresso onde a oposição é maioria.

Quem administra tudo isso é o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que esta semana criticou a invasão ocorrida em várias propriedades no chamado Abril Vermelho, em que o MST reivindica o direito de trabalhar a terra com este tipo de ações para recordar o massacre de vinte camponeses perpetrado pela Polícia em abril de 1996.

Lula da Silva afirmou ainda estar extremamente satisfeito com o início do seu Governo.

"Tenho combinado as viagens daqui do Brasil com as do exterior, porque é preciso recuperar a capacidade do mercado interno brasileiro e o Brasil estava distante da política internacional", declarou.

O Presidente brasileiro destacou que, como nos seus dois governos anteriores (2003-2010), havia executado um número enorme de políticas públicas que considera corretas e que por isso decidiu recriar estes programas.

Neste sentido, Lula da Silva anunciou que até 02 de julho lançará um grande programa de obras para o desenvolvimento nacional e projetos de infraestruturas em todas as áreas, citando que o seu Governo encontrou 14 mil obras paradas, 4 mil das quais para a educação.

No entanto, o governante brasileiro pediu paciência para realizar as obras, porque o seu Governo "não vai ter 'fake news' (notícias falsas)".

A Secretaria de Comunicação da Presidência não confirmou a periodicidade das transmissões ao vivo de Lula da Silva, que nos seus dois primeiros mandatos realizou um programa semanal de rádio na emissora pública nacional.